Carros usados em alta, mas nem tanto

Após o fim da redução do IPI, modelos seminovos recuperam valor, mas não voltam aos patamares que estavam antes da crise, ou seja, hoje valem menos do que no segundo semestre de 2008

Por 26 de jun, 2010 · 3m de leitura.

Com o fim da redução do IPI para carros flexíveis novos em 31 de março, as montadoras reajustarem suas tabelas. A alta também chegou aos preços dos usados, mas, nesse caso, o repasse não acompanhou o aumento dos novos.

Desde 1º de abril, veículos com motor 1.0 flexível passaram a recolher 7% (durante a vigência do benefício, pagavam 3%). Para os acima de 1 e até 2 litros a taxa voltou a 11% – eram 7,5%.

Para o consultor José Eduardo Favaretto, a diferença entre novos e usados tem lógica. “Muita gente antecipou a troca do carro, o que fez aumentar os estoques de usados, que entraram como parte de pagamento. Além disso, o crédito para compra do zero-km é mais fácil e barato. Pode ser que os valores subam até o fim do ano. Mas não será nada muito diferente do ritmo atual”.


José Gioia Neto, gerente da Ford Sonnervig (2971-7187), na Vila Guilherme, zona norte, afirma que as lojas estão pagando mais pelos usados, mas os preços são inferiores aos do período anterior à primeira redução do IPI, no fim de 2008. “E não vão voltar ao que eram, assim como os dos zero-km.”

Há quem discorde, como o gerente da Chevrolet Nova Tatuapé (2090-9000), na zona leste, Paulo Teixeira da Silva. Ele diz que os reajustes têm ocorrido na mesma proporção. “As vendas estão aquecidas e casos em que os preços não acompanharam são pontuais.”