O fundador e agora ex-CEO da empresa de veículos elétricos Nikola, Trevor Milton, renunciou ao cargo após denúncias de fraude. A acusação é que a empresa, com anuência do então CEO, enganou investidores, acionistas e até a própria General Motors (GM).
Entre várias acusações, a principal dele é que Nikola fingiu ter uma picape movida a célula de hidrogênio funcional. A alegação é que o veículo na apresentação entrou no palco usando na verdade propulsão de gás natural veicular (GNV). O caso foi denunciado em um relatório da Hindenburg Research.
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Além disso, a outra alegação é que o vídeo promocional sobre o caminhão elétrico também não era funcional. E que na verdade ele foi gravado em uma descida com o caminhão no neutro, para rolar sozinho. A empresa se defendeu dizendo que “o caminhão se moveu por sua própria energia”. Não é de todo falso, se pensarmos no conceito de mecânica na física de usar as toneladas do caminhão na descida com o câmbio no “ponto morto”.
Acordo Nikola x GM se mantém, mas ações caem até 30%
Em uma nota aos funcionários, Milton diz que “o foco deveria estar na empresa em sua missão de mudar o mundo, não em mim”. Quem assume no lugar dele é Stephen Girsky, ex-VP da GM e membro do conselho da Nikola. Por mais que o negócio com a GM tenha sido mantido em meio ao caos, os US$ 2 bi injetados pela GM não seguraram as ações. O valor dos papeis caíram 30%.
O acordo com entra Nikola e a GM prevê que a picape Badger será comercializada pela startup. A GM será a responsável pelo desenvolvimento final, produção e homologação. Além disso, a gigante de Detroit irá produzir as células de combustível; do projeto Ultium da GM virão os motores e pacotes de baterias.