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Dieselgate: CEO da VW é acusado de manipular mercado de ações
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Dieselgate: CEO da VW é acusado de manipular mercado de ações

Promotores alegam que executivos da VW falharam em informar investidores sobre risco gerado pelo Dieselgate às ações da companhia

Redação

25 de set, 2019 · 6 minutos de leitura.

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NOVO LOGO DA VW, JÁ APRESENTADO DURANTE O SALÃO DE FRANKFURT
Crédito:Alex Kraus/BLOOMBERG

O Dieselgate parece não ter fim para a Volkswagen. Promotores alemães estão acusando executivos do alto escalão do grupo de manipular o mercado de ações durante o ápice do escândalo de fraudes nos dados de emissões de veículos. A informação é da publicação Automotive News.

Os promotores alegam que o CEO do grupo, Herbert Diess, e o presidente do conselho, Hans Dieter Poetsch, falharam em avisar os investidores corretamente sobre o Dieselgate. As novas acusações são apenas a última parte do longo escândalo que atingiu a VW e levou a bilhões em multas para a companhia e suas subsidiárias.

Os advogados de Diess e Poetsch afirmam que eles não podiam prever o impacto financeiro do escândalo na companhia. Diess se uniu à companhia em julho de 2015, meses antes do escândalo explodir, em setembro. Foi quando o grupo assumiu que havia instalado um programa que manipulava a emissão de poluentes em 11 milhões de veículos. Na época, Diess chegou ao Grupo VW como presidente da marca VW, oriundo do Grupo BMW. As multas totais para o Grupo VW chegaram a cerca de 30 bilhões de euros, segundo a Automotive News.

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O ex-CEO da companhia, Martin Winterkorn também está sendo acusado no processo. Segundo os promotores, os executivos sabiam dos riscos de avisar os investidores e quem isso levaria a uma perda de valor da companhia, o que pode ser configurado como manipulação do mercado de ações.

Em comunicado, a Volkswagen diz que está confiante de ter cumprido com todas as obrigações dentro das regras do capital de ações. “A companhia investigou meticulosamente essa questão com a ajuda de especialistas internos e externos por quase quatro anos. O resultado é claro: as alegações não tem base”, afirmou.

Tentativa de apagar o dieselgate

A Volkswagen entrou em uma “mudança de direção” nos últimos anos após o escândalo. A empresa acelerou o desenvolvimento de carros elétricos com a criação de uma linha, cujo primeiro produto foi apresentado agora, o ID.3, em Frankfurt.


Uma plataforma modular elétrica, a MEB, foi desenvolvida pela marca para atender a diferentes produtos elétricos e será, inclusive, utilizada pela Ford para desenvolver um veículo elétrico na Europa. Ele será produzido na fábrica da marca do oval azul, em Colônia.

Novas campanhas de publicidades foram lançadas pela companhia, o antigo slogan foi abolido “Das Auto”, ou ‘o carro’ em português, que a VW passou a entender que era extremamente arrogante diante das acusações, e até o logo foi alterado, mais uma vez.

Entenda o dieselgate

Em 2015, a Volkswagen foi acusada de usar um dispositivo que permitia a seus motores diesel enganar as medições de emissões de poluentes. Assim, quando em uma condição de teste, os motores ficavam restringidos e dentro das leis, enquanto que quando em condições reais de uso emitia até 40 vezes mais partículas poluentes no ar.


Modelos da Volkswagen, Audi, Porsche, Seat, Skoda e VW Comercial estavam envolvidos. Esses carros eram equipados com motores quatro cilindros e V6 turbodiesel. No Brasil, o único carro envolvido foi a picape Amarok. Isso rendeu uma multa do Ibama de R$ 50 milhões por fraude e o pagamento de 1 bilhão aos proprietários das picapes. A Volkswagen recorreu.

Além disso, a companhia se viu obrigada a fazer um recall das 17.057 unidades envolvidas. Os exemplares foram produzidos entre 3 de dezembro de 2009 e 11 de novembro de 2011.


Os carros que foram destaques de vendas em agosto:

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