
A célebre e ultrapassada (para dizer o mínimo) frase do poetinha “que me perdoem as feias, mas beleza é fundamental” não está sendo aplicada ao mercado brasileiro de sedãs compactos premium. Que o diga o belo Ford Fiesta Sedan, que a cada mês vê suas vendas sendo reduzidas a ponto dele ter sido ultrapassado em agosto pelo Chery Celer, um carro em que a traseira não conversa com a frente em termos visuais.
E tem mais: o líder do segmento é o Toyota Etios, um belíssimo automóvel para dirigir, mas inversamente proporcional para admirar. Em agosto o modelo da Ford foi parar em 82 garagens, contra 105 do Chery, que teve um aumento de 350% nos emplacamentos em relação a julho. No mês passado, as vendas do Fiesta foram de 106 unidades.
Para se ter ideia da “surra”, o Etios chefiou o ranking com 3.188 entregas em agosto e 2.899 em julho. Quem também tem ido muito bem é o Chevrolet Cobalt, com 2.330 e 1.762, respectivamente.
Bônus: veja coisas que são revoltantes nos carros!
Nacionalização da Chevrolet
Nos anos 90 e início dos 2000, tínhamos Corsa, Astra, Vectra... tudo em dia com o mercado europeu. Hoje, na Europa, esses carros continuam à venda, em novas e modernas gerações. Por aqui? Onix, Cobalt (foto), Spin. Ao menos, a nova geração do Cruze, que ocupa o lugar que no passado foi do Vectra, está muito legal
Não é Renault, é Dacia
Aqui já teve Mégane e Clio (ainda tem, mas diversas gerações atrás da europeia). Hoje, a Renault do Brasil tem uma linha quase inteira composta por carros da Dacia, sua subsidiária romena de baixo custo. Entre eles, há o Duster (foto). E vem aí o Kwid, que não é Dacia, mas é um projeto para a Índia, não para a Europa Ocidental. Já o Captur, apesar do nome e do visual iguais ao do europeu, é uma versão menos sofisticada - e feita sobre a plataforma do Duster. Mas há uma boa notícia: até o fim deste ano, chega (importado) o Koleos, que promete ser um bom produto.
Toro e Renegade flexíveis
Os produtos "irmãos" de plataforma de Fiat e Jeep são excelentes, com suspensões primorosas e construção sólida. O motor a diesel é um destaque em seus respectivos segmentos. O problema é a versão flexível de ambos. O propulsor 1.8 é fraco e deixa os modelos pouco ágeis, além de gastões. O câmbio automático de seis marchas também não é dos mais eficientes. A Toro, pelo menos, ganhou um motor mais moderno (e potente) no fim do ano passado. Trata-se do 2.4 TigerShark, que equipa uma nova versão intermediária. O Renegade não tem previsão de receber um propulsor dessa família.
2008 automático
A versão com motor 1.6 turbo de 173 cv só é acompanhada por câmbio manual. Quer automático (e os clientes desse segmento querem sim)? Só com o 1.6 aspirado das versões de entrada. A boa notícia é que o 2008 aspirado passou recentemente a contar em breve com a transmissão de seis marchas, em vez do antiquado câmbio de quatro velocidades que o equipava até então.
Motor do Kicks
Cheio de tecnologia e com bom preço, o Kicks peca por trazer um só motor, o fraco 1.6 de até 114 cv. O desempenho é bem fraco
Civic CVT
A versão de topo do Civic traz o ótimo motor 1.5 turbo de 173 cv, com uma proposta de desempenho apimentado. Porém, o câmbio CVT limita o potencial desse propulsor. É fato que trata-se de um bom CVT. Porém, ele acaba comprometendo as retomadas de velocidade. Um automático convencional ou um automatizado de duas embreagens combinariam melhor com esse 1.5
Mobi com motor antigo
A Fiat lançou o Mobi com o bom e velho motor do Uno. Depois, ele até ganhou um três-cilindros mais moderno, mas a defasagem inicial prejudicou a carreira do carro.
Preço do Honda WR-V
O WR-V tem uma proposta muito interessante, principalmente para o objetivo de concorrer com o EcoSport. Porém, em vez de os R$ 70 mil iniciais do Ford, o carro parte de R$ 79.400, pois a Honda optou por lançar apenas versões de topo. O valor é igual ao inicial do do HR-V, maior e mais potente, entre outros atributos. A favor do Honda menor está o fato de ele só ter o câmbio CVT, sistema mais caro que o manual do HR-V mais em conta
Captur automático
A Renault lançou o Captur 2.0 com o defasado câmbio de quatro marchas, que é pouco eficiente. Recentemente, na opção com motor 1.6, chegou a caixa CVT. Essa transmissão, no entanto, não faz um trabalho muito melhor. Um carro tão bonito e espaçoso merece uma mecânica melhor.