Primeira marca chinesa a conseguir instalar fábrica no Brasil, a Chery mostrou o Celer nacional, produzido na fábrica da marca em Jacareí (SP). O modelo está sendo oferecido nas configurações hatch, cuja tabela parte de R$ 38.990, e sedã, que custa R$ 39.990. O carro recebeu uma atualização no visual em relação à versão importada da China. São novos faróis, grade e para-choque dianteiro. Atrás, o sedã tem uma nova tampa do porta-malas e lanternas com LEDs.
A motorização também teve mudanças. O 1.5 16V flexível rende agora até 113 cv de potência e 15,5 mkgf de torque com etanol – antes eram 108 cv e 14 mkgf. O câmbio é sempre manual de cinco marchas. Por enquanto, a marca não fala sobre a adoção de uma transmissão automática para o modelo.
Já o sedã é, na verdade, um notchback, cuja tampa do porta-malas se abre junto com o vidro traseiro, e revela um amplo vão para colocação de bagagens nos 450 litros disponíveis. O hatch ainda leva razoáveis 380 litros no bagageiro.
Dentro, além de um painel também levemente reestilizado, há boa lista de equipamentos. Em todas as versões são de série itens como ar-condicionado, direção assistida, trio elétrico e até sensores de estacionamento, mas a configuração Act, de topo, disponível para hatch e sedã, adicionam sistema de som com conexões USB e Bluetooth, rodas de liga-leve e alarme antifurto. O pacote Act acrescenta R$ 2.000 ao preço nas duas carrocerias.
Impressões.
Ao volante, o Celer mostra competência. O 1.5 entrega boas respostas mesmo em baixas rotações, auxiliado pelo câmbio com marchas relativamente curtas. O propulsor, no entanto, deve suavidade de funcionamento justamente na faixa onde entrega maior força, entre 3 e 4 mil rotações. A vibração na cabine é bastante perceptível, assim como o ruído. O câmbio tem engates curtos e até precisos.
As suspensões têm acerto bastante macio, que desencorajam qualquer intenção de esportividade. O carro balança nas curvas. Já a direção merecia uma relação mais direta com as rodas e fica devendo precisão. No entanto, o conjunto não chega a passar insegurança. Além disso, o acerto mais voltado ao conforto lida bem com irregularidades no piso. O rodar também consegue ser mais sólido do que as origens chinesas fariam supor.
A ergonomia também é boa, com comandos simples e fáceis de usar, mas não são muitos os porta objetos na cabine. Há apenas um nicho raso à frente do câmbio e um porta copos pequeno junto a outro nicho no console central, atrás do freio de estacionamento, além das bolsas nas portas. O modelo também poderia oferecer comandos do som no volante, ao menos nas versões mais caras.
O Celer, ao menos, consegue ter boa qualidade construtiva e o acabamento, de fato, parece menos ‘barato’ do que o visto em outros carros de marcas chinesas. Plásticos são bem encaixados e parecem mais duráveis e todo o conjunto se mostra adequado ao mercado brasileiro.
*Atualizado às 17:45