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Chery QQ mostra que preço não é tudo
Avaliação

Chery QQ mostra que preço não é tudo

Mais barato do País, Chery QQ vendeu em 6 meses o mesmo que o Onix em 2 dias

Hairton Ponciano Voz, Voz

02 de ago, 2017 · 5 minutos de leitura.

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Crédito: Márcio Fernandes/Estadão
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Carro mais barato do Brasil, o QQ tem tabela inicial de R$ 25.990. Esse Chery custa bem menos que o Fiat Mobi (R$ 34.210) e não terá o posto ameaçado pelo Renault Kwid, que estreia no mês que vem e partirá de R$ 29.900. Então, por que o hatch da marca chinesa teve só 909 unidades vendidas no primeiro semestre? Como comparação, essa é a média de licenciamentos do Chevrolet Onix em dois dias.

Vamos aos fatos. O QQ foi atualizado na linha 2018. Feito em Jacareí (SP), teve o motor 1.0 de quatro cilindros a gasolina substituído por um três-cilindros flexível. O carrinho de 3,56 metros mudou por dentro e por fora, mas manteve o visual “risonho” do modelo anterior (a linha do capô insinua um sorriso) e o visual agrada.

Mas a versão Smile, de entrada, não oferece muitas razões para sorrir: não traz ar-condicionado, direção com assistência hidráulica e limpador do vidro traseiro, por exemplo.

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Avaliamos a ACT, de topo, que sai a R$ 31.490 e, mesmo nesse caso, não é o QQ que se ajusta ao motorista, e sim o contrário. Como em carros antigos, o cinto de segurança e a coluna de direção não têm regulagem de altura. Ou seja: é o condutor que deve se ajustar.

Na saída o Chery se redime. A potência (75 cv com etanol) é baixa comparada à dos demais 1.0 do mercado (em geral acima de 80 cv). Mas, graças às duas primeiras marchas bem curtas, o hatch arranca animado. Aí você engrena a terceira e a empolgação se esvai, porque a relação é longa – é como se passasse direto para a quarta.


O ruído do motor invade a cabine sem cerimônia e, em curvas, a carroceria balança muito, resultado da suspensão mole. Outro ponto negativo é que a resposta do pedal de freio é pouco direta, o que limita a precisão da frenagem.

O quadro de instrumentos digital exagera nas cores. E, quando o carro para, o velocímetro demora um pouco para retroceder a zero – sintoma herdado do modelo anterior.


Por dentro, há muito plástico rígido nos revestimentos e também no volante. O porta-luvas não tem tampa e há parafusos aparentes por todo lado. Além disso, acionar as teclas dos vidros elétricos, que ficam escondidas entre os bancos, praticamente no assoalho, é complicado.

E o parco porta-malas, de 160 litros, é menor até que o do Mobi (215 litros).

A conclusão é que preço não é tudo.


FICHA TÉCNICA

Preço sugerido A partir de R$ 25.990
Motor 1.0, 3 cil., 12V, flexível
Potência (com etanol) 75 cv a 6.000 rpm
Torque (com etanol) 10,1 mkgf a 4.500 rpm
Câmbio Manual, 5 marchas

PRÓS E CONTRAS


Prós: Estilo. Hatch tem visual simpático e, por ser bem curto, é fácil de estacionar.

Contras: Dirigibilidade. As duas primeiras marchas são curtas, a terceira é longa e a suspensão é muito mole

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