Uma situação, no mínimo, curiosa foi registrada em São Francisco (EUA), nesta semana. Durante uma patrulha à noite, policiais que estavam em uma viatura decidiram abordar um carro suspeito. Assim, eles mandaram o veículo parar. Porém, quando se aproximaram da janela do lado do motorista, constataram que não havia ninguém a bordo. Isso porque o modelo ela autônomo.
A abordagem (veja vídeo abaixo) foi feita porque o Chevrolet Bolt rodava com os faróis apagados. O hatch autônomo estava sendo testado pela Cruise, empresa subsidiária da GM. O vídeo feito por transeuntes mostra que a situação gerou bastante curiosidade de quem passava pela rua. Assim como a indignação dos policiais. A princípio, um deles exclama: “Não tem ninguém!”. Em outro momento, ele tenta abrir a porta do motorista, sem sucesso.
Na sequência, o veículo começa a rodar novamente. Depois, para logo após um cruzamento, ativando o pisca-alerta. No Twitter, a Cruise informou que o Bolt autônomo “se comportou exatamente como está programado”. De acordo com a empresa, o carro autônomo parou, conforme solicitado pela polícia. Depois, manobrou até um local seguro.
Seja como for, a situação foi resolvida depois que a polícia conseguiu entrar em contato a Cruise. Aliás, nos carros autônomos da empresa há um número de telefone para o caso de dúvidas e emergências. Depois de a empresa ser avisada, as luzes do carro foram acesas. Contudo, não fica claro se isso foi feito de forma remota ou não.
Califórnia autoriza testes de carro autônomo
Recentemente, a Cruise recebeu permissão para testar veículos autônomos na Califórnia. Assim, desde fevereiro de 2022 os protótipos da empresa podem transportar passageiros. Porém, há algumas restrições. Ou seja, o serviço só pode ser feito entre 22h e 6h para passeios noturnos pela cidade. A Waymo, da Google, também entrou na onda.
Segundo as regras, os carros autônomos não podem passar de 30 mph, ou cerca de 48 km/h. Além disso, por ora é proibido cobrar pelas viagens. Portanto, os interessados podem utilizar o serviço de graça. Para isso, tem de fazer inscrição em um app e entrar em uma lista de espera.
Legislação de autônomos nos EUA ainda engatinha
De qualquer modo, é importante salientar que os carros autônomos ainda não estão disponíveis para venda. Mesmo nos EUA, onde o sistema vem avançando dia a dia, há muito a avançar. Afinal, as empresas precisam atender várias regras ligadas à segurança. Bem como exigências federais, estaduais e locais, para que seus veículos sem motorista possam circular por vias públicas.
Segundo as empresas, há uma lei mais flexível, mas que está parada no Senado. Assim, companhias como a Cruise continuam fazendo testes, como o serviço de táxis autônomos. Se por um lado os veículos autônomos são promissores, por outro há várias questões a serem resolvidas. Por exemplo, sobre a responsabilidade no caso de acidentes.
Afinal, máquinas também estão sujeitas a falhas. Há vários casos envolvendo veículos da Tesla, por exemplo. Segundo relatos, os sistemas de detecção de veículos, pedestres ou mesmo ciclistas, não funcionaram. Há, inclusive, registro de acidentes com vítimas fatais..
Tesla não é 100% autônomo
Muita gente ainda se confunde, mas tecnologias de assistência ao motorista não significam que o carro é 100% autônomo. Tais sistemas ajudam a salvar vidas, pois previnem possíveis acidentes. Portanto, por mais que possa parecer coisa de outro mundo, o Autopilot, da Tesla, por exemplo, tem nível 2+ de tecnologia. O grau máximo é o cinco. Assim, é contra largar o volante com o veículo em movimento. Porém, há registros, inclusive no Brasil, de carros da marca rodando sem motorista.
Isso é um grande risco. Justamente por causa de falhas no sistema autônomo de condução, em fevereiro a Tesla anunciou um recall de 54 mil veículos.
Seja como for, algumas tecnologias de assistência servem para avisar o motorista sobre o risco de colisão, por exemplo. Outras tomam medidas para evitar acidentes. Porém, todos os dispositivos oferecidos ainda requerem algum tipo de interação e atenção do motorista. Futuramente, os avanços permitirão não só melhorar a atuação no trânsito, mas também reduzir as emissões de poluentes. Isso porque haverá diminuição dos congestionamentos, por exemplo.
Segundo a Administração Nacional de Segurança de Tráfego Rodoviário (NHTSA), o órgão máximo de trânsito nos EUA, a automação completa é a de nível 5. Ou seja, consiste em um sistema totalmente responsável pelas tarefas de condução. Nestes casos, nenhum dos ocupantes do carro precisa se envolver com a direção.
Atualmente, a GM, Cruise e cerca de outras 30 estão autorizadas a testar veículos com altos níveis de automação nos EUA.
Brasil não tem legislação sobre autônomos
No Brasil, ainda há um longo caminho a seguir até que os veículos autônomos virem realidade. Contudo, é importante que o País avance nessa discussão. Afinal, quem não investir em veículos autônomos e sustentáveis ficará para trás em questões como infraestrutura, conectividade e até mesmo geração de empregos.