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Cinto no banco de trás protege todos a bordo
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Cinto no banco de trás protege todos a bordo

Pouco comum no País, uso do cinto de segurança no banco traseiro é vital e obrigatório por lei

12 de ago, 2015 · 6 minutos de leitura.

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 Cinto no banco de trás protege todos a bordo

O Fiat Doblò em que o contador Gustavo Sarmento voltava de uma viagem com outras cinco pessoas foi atingido na lateral em uma ultrapassagem. Ele estava sentado no banco traseiro, sem cinto de segurança, e foi jogado para fora do carro. Entre fraturas e cicatrizes, levou seis meses para se recuperar.

Histórias como essa, infelizmente, são muito comuns. O uso de cinto de segurança por todos os ocupantes do veículo é exigido por lei – sua falta é infração grave, com multa de R$ 127,69 e cinco pontos na CNH do condutor. Ainda assim, muitos brasileiros não se conscientizaram da importância do dispositivo também pelos passageiros que vão atrás.

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De acordo com dados da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), 46% das pessoas que ocupam o banco traseiro no País não usam cinto de segurança. Já em deslocamentos urbanos, esse índice salta para alarmantes 93%.

O próprio Sarmento admite que, mesmo após o acidente, demorou para mudar de postura. “Pensava que isso só fazia diferença para quem viaja na frente. Só adotei o hábito quando morei na Espanha, onde o dispositivo é consolidado.”

Chefe do departamento de medicina de tráfego ocupacional da Abramet, Dirceu Rodrigues Alves Júnior diz que há uma ilusão de que o encosto do banco dianteiro protege o passageiro de trás. A verdade, porém, é que a falta do cinto traz riscos a todos a bordo.


“Em uma colisão, a traseira do carro sobe e empurra o ocupante para cima e para frente. Seu corpo se choca com o do passageiro da frente, podendo causar lesões na coluna vertebral, paraplegia e até morte. Isso quando a pessoa não é arremessada do veículo”, descreve.

Viajar sem cinto e deitado no banco traseiro é ainda mais perigoso. “Na horizontal, o corpo pode sobrevoar as cabeças dos ocupantes dos bancos dianteiros. E o risco de ser ejetado do veículo é maior”, alerta Alves.

Na cidade, onde os veículos andam mais devagar, o risco de acidente não diminui. Por isso, o uso do cinto é tão importante quanto na estrada.


“Muitos taxistas não exigem que o passageiro use o cinto e até embutem a peça sob o banco. O motorista, de praça ou particular, é responsável pela segurança de todos os ocupantes do veículo e deve cobrar a utilização do dispositivo antes de sair com o carro”, diz Alves.

Pré-tensionadores.A eficiência dos cintos aumentou com os pré-tensionadores. Esses dispositivos ajudam a impedir que os ocupantes do veículo se desloquem para a frente em caso de colisão.

A tecnologia surgiu na Europa e Estados Unidos. Os invernos rigorosos levam as pessoas a vestir roupas volumosas, e com isso o cinto ajustado sobre os casacos ficava com folga em relação ao corpo dos passageiros. O pré-tensionador veio para eliminar essa folga, contraindo o cinto contra o corpo e aumentando a segurança.


O dispositivo é ativado por um sensor mecânico, elétrico ou pirotécnico – o mesmo que ativa os air bags do veículo. A desaceleração provocada pelo impacto ativa o sensor, que enrola o cinto para dentro, deixando o passageiro mais preso contra o banco do carro.

No Brasil, a tecnologia ganhou espaço na última década. Atualmente, todos os modelos têm o recurso na dianteira.


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