A China, maior mercado de veículos do mundo, com 21 milhões de unidades emplacadas no ano passado, virou alvo de polêmicas no mercado automotivo. Há várias empresas do país asiático produzindo “clones” de modelos de marcas tradicionais, como BMW, Land Rover, Mercedes-Benz, Toyota, e Volkswagen, por exemplo. Alguns deles são ou serão oferecidos também no Brasil.
Um dos casos mais emblemáticos é o Lifan 320, que foi importado até meados de 2013, apesar de algumas unidades permanecerem nas lojas até 2014. O hatch é muito parecido com o Mini Cooper. A BMW, dona da marca inglesa, chegou a processar a chinesa na tentativa de suspender as vendas do Lifan, mas não obteve sucesso.
Em agosto do ano passado, mês em que deixou de figurar nas tabelas publicadas no Jornal do Carro, o 320 tinha preço sugerido de R$ 27.480. No mesmo período o One, versão de entrada da Mini, saia a R$ 76.950.
Quando foi lançado no mercado brasileiro, em setembro de 2010, o 320 chegou a fazer um relativo sucesso. Em pouco mais de três meses, emplacou quase 700 unidades.
Direitos autorais.
No exterior, cópias de carros de sucesso são cada vez mais comuns. Em novembro, a Landwind mostrou no Salão de Guangzhou o X7, “gêmeo chinês” do Land Rover Range Rover Evoque.
A empresa britânica processou a asiática. “Esse tipo de coisa é comum na China, mas não pode ficar impune. A propriedade intelectual pertence à Jaguar Land Rover, e a apropriação não autorizada é contra as regras internacionais”, informou à época, por meio de comunicado, o chefe de design da companhia, Ralf Speth.
Por enquanto, a ação não deu em nada e o X7 deve estrear no mercado europeu no mês que vem. Enquanto o Evoque parte de £ 40 mil, o Landwind deverá custar cerca de £ 14 mil.
E o X7 é cotado para vir também ao Brasil. A importadora S. Auto confirma em seu site que trará o “clone” ao Brasil neste ano, mas não informa em que mês nem por quanto.
Cópia do Land Rover Evoque (no alto), Landwind X7 (acima) deve chegar ao Brasil ainda neste ano
‘Homenagem’.
Nem mesmo modelos de alto luxo estão livres de ser copiados. Em 2009, a chinesa Geely lançou o sedã GE, nitidamente “inspirado” no Rolls-Royce Phantom. O modelo tem o mesmo visual marcante do inglês, com a enorme grade dianteira prateada ladeada por faróis retangulares. Até o “Spirit of Ecstasy”, símbolo que fica sobre o capô do modelo original, foi reproduzido.
Vice-presidente de design da Geely, Peter Horbury afirma que na China as cópias são vistas como uma homenagem feita aos criadores dos carros originais. “A visão deles é diferente, é como se o mestre ensinasse o discípulo.” Ele diz que, com o tempo, o preconceito em relação aos carros chineses vai acabar, pois sua qualidade vem aumentado gradativamente.
Até o luxuoso Rolls-Royce Phantom (no alto) ganhou réplica chinesa, o GE (acima), feito pela Geely