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Com avanço de rivais, Tesla anuncia nova meta de vendas de elétricos
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Com avanço de rivais, Tesla anuncia nova meta de vendas de elétricos

Ambiciosa, Tesla quer entregar 2 milhões de carros elétricos em 2022; marca quer recuperar posto roubado pela BYD no primeiro semestre do ano

Jady Peroni, especial para o Jornal do Carro

08 de ago, 2022 · 8 minutos de leitura.

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tesla
Tesla está sendo acusada de invasão de privacidade, negligência e quebra de contrato
Crédito:Tyrone Siu/Reuters

O mercado de carros elétricos disparou nas vendas no mundo inteiro, e diversas marcas já começam a aparecer nos números. A Tesla é a referência desse mercado. No entanto, a montadora do bilionário Elon Musk viu recentemente a liderança ameaçada pela chinesa BYD, que superou a norte-americana quando somados carros elétricos e híbridos do tipo plug-in. Mas não é só. Outras gigantes da indústria, como Ford, General Motors e Volkswagen, já estabeleceram metas para produzir entre 1,5 milhão e 2 milhões de veículos elétricos a partir de 2025. Pois a Tesla quer manter a supremacia e anunciou uma nova meta de produção para 2022: a montadora da Califórnia (EUA) vai entregar 2 milhões de EVs.

De acordo com o site Automotive News, o anúncio foi feito durante a reunião anual dos acionistas da Tesla, onde Musk confirmou que esse será o objetivo se ''tudo sair como planejado''. Contudo, sabemos que atualmente a situação geral da indústria leva a crer que dificuldades podem aparecer no caminho. Afinal, existem consequências evidentes derivadas da pandemia, como a falta de semicondutores. Por isso, o CEO confirmou que teve que mudar algumas estratégias por conta das variáveis dos últimos tempos.

Tesla Model 3
Divulgação/Tesla

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O fato é que, caso a Tesla consiga alcançar a produção de 2 milhões de modelos movidos a baterias neste ano, será um grande feito. Isso porque, como dissemos, outras montadoras estão comprometidas com o segmento de elétricos, mas em um período mais longo de tempo. A VW, por exemplo, quer produzir 1,5 milhão de EVs até 2025. Já a Ford pretende entregar 2 milhões até 2026, enquanto a GM quer atingir 1 milhão até 2025.



E 20 milhões de EVs até 2030

Mas os objetivos ambiciosos não param por aí. Segundo o presidente do conselho da Tesla, Robyn Denholm, há mais uma meta grande para o futuro, e é ainda mais ousada. Isso porque a montadora pretende construir cerca de 20 milhões de carros 100% elétricos até 2030. Essa intenção, inclusive, já havia sido mencionada em outras ocasiões. Dessa forma, a Tesla definitivamente busca permanecer no topo da categoria.

Para tornar esse plano em realidade, a empresa do Musk deve implementar algumas mudanças importantes no método de fabricação. Equipamentos como a Giga Press, uma máquina que consegue fundir uma peça única de alumínio, será uma delas. Assim, vai evitar o trabalho de utilizar diversas peças diferentes unidas por uma solda.  Além disso, o CEO também chegou a mencionar o aumento das Gigafactories. De acordo com ele, 10 ou 12 dessas fábricas devem ser suficientes para atingir o objetivo final.


Tesla
Tesla/Divulgação

BYD na cola

Na primeira metade de 2022, a Tesla perdeu o posto de maior vendedora de carros elétricos do mundo. A marca foi superada pela BYD, que emplacou cerca de 641 mil modelos de janeiro a junho deste ano. Dessa forma, vendeu 77 mil carros a mais do que a fabricante norte-americana, que registrou 564 mil unidades. Assim, no total, a chinesa apresentou um crescimento de 315% em relação ao mesmo período de 2021.

Vale dizer que, desde março deste ano, a BYD deixou de produzir carros com motor apenas a combustão. Agora, a marca só faz veículos eletrificados. Ou seja, híbridos plug-in e elétricos. A mudança faz parte da estratégia global que a chinesa traçou para neutralizar as emissões de carbono até 2030. E o impacto será bem grande. Afinal, a BYD é uma das maiores fabricantes de veículos da China e, agora, a maior de elétricos do mundo.


BYD Han
BYD/Divulgação

Importante lembrar que, aqui no Brasil, A BYD acaba de lançar o seu terceiro carro elétrico. Mas o novo modelo chega com foco nas vendas diretas e nos motoristas de aplicativo. Trata-se do D1, minivan feita em parceria com a Didi Chuxing, gigante chinesa de mobilidade e dona do aplicativo 99. Ele chegou em duas versões de acabamento - GL e GS - com preço inicial de R$ 269.990.

Volkswagen corre atrás

Quem vem surpreendendo no segmento de elétricos é a Volkswagen, que promete ser uma grande pedra no sapato da Tesla. A responsável pelo modelo de maior sucesso no mundo em todos os tempos, o Fusca, vem apostando nas vendas de carros elétricos. A última delas, inclusive, trata-se da releitura de outro clássico: a Kombi. Com portfólio consolidado, a VW quer cativar a clientela mundial não só pela emoção (apelando para a nostalgia da releitura de modelos) como pela razão. Afinal, seus modelos vêm ganhando cada vez mais autonomia e sistemas extras, sem contar os investimentos da marca no desenvolvimento de baterias e suprimentos.


Divulgação/Volkswagen

Além disso, em julho, a alemã deu início à construção da sua primeira ''giga fábrica'' de baterias para carros elétricos na Alemanha. A unidade, que fica em Salzgitter, receberá um investimento maciço de mais de 20 bilhões de euros até 2030 e promete contratar cerca de 20 mil pessoas na Europa. Tal como a Tesla e outras marcas, a VW chama a nova fábrica de ''Gigafactory'' por conta do tamanho equivalente a 30 campos de futebol.

Com gestão da PorwerCo, a unidade terá capacidade anual de 40 gWh e vai fornecer baterias para cerca de 500 mil veículos elétricos. Dessa forma, a nova empresa será responsável por gerenciar as operações internacionais, bem como cuidará do desenvolvimento da tecnologia das células. A produção, inclusive, está prevista para começar em meados de 2025.


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