Uma das principais preocupações para quem está interessado em comprar um automóvel elétrico é a infraestrutura de recarga disponível no Brasil. O usuário tem o receio de enfrentar uma pane seca – ou seja, a bateria descarregada – no meio da rua ou na estrada durante uma viagem.
A boa notícia, porém, é que a infraestrutura no País vem crescendo expressivamente nos últimos meses. Em pouco tempo, o número de pontos de recarga saltou de 8.800 para 10.615 em agosto, segundo o balanço feito pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) em parceria com a Tupi, empresa de soluções de mobilidade elétrica.
Desse total, 9.506 são de instalações de carga lenta (AC) e 1.109 de carga rápida (DC), aquela que leva apenas 30 minutos para recarregar até 80% da bateria. “Hoje, o Brasil vive um momento diferente”, afirma Davi Bertoncello, CEO da Tupi. “A implantação da infraestrutura está acontecendo em um ritmo bastante satisfatório.”
Para Bertoncello, a discussão sobre a instalação de pontos de recarga é cada vez mais pautada pela boa conectividade, potência e disponibilidade dos equipamentos e não mais se o motorista vai ou não encontrá-los na rota que faz no dia a dia a bordo de seu automóvel elétrico.
Modus operandi
Ele acredita que o principal calcanhar de Aquiles no tocante à infraestrutura de recarga é a distribuição dos conectores no País, que tem dimensões continentais. “A instalação dos eletropostos deveria acompanhar a cadência de emplacamentos no Brasil”, defende. “Cinco de cada 10 postos estão em São Paulo. Nos Estados do Norte e do Nordeste, a lacuna ainda é grande.”
Quando se fala em infraestrutura, o medo maior é de quem não tem automóvel elétrico. “Quem tem já sabe onde fazer a recarga e se programa antes de iniciar uma viagem. Não há mais mistério”, destaca Bertoncello.
Um mês de uso é o suficiente para o proprietário entender o “modus operandi” do automóvel elétrico. “Ele sabe que o ideal é recarregar a bateria em casa, durante a madrugada. Se tiver uma necessidade específica, como uma viagem mais longa, então basta planejar o carregamento na rodovia. Além disso, o usuário consegue ver pelos aplicativos se determinado posto está disponível ou ocupado naquele momento”, diz.