
Cabeça para fora da janela, as orelhas balançando ao vento e aquela cara de alegria. A cena, que pode parecer bonitinha é, na verdade, perigosa. Além de trazer riscos à saúde do bicho de estimação, é grande a possibilidade de acidentes, como impactos na porta, ser prensado pelo vidro, morder ou assustar pessoas do lado de fora do veículo.
Um pet viajando solto na cabine pode fazer com que o motorista se distraia e cause um acidente. Ou mesmo comprometer os movimentos ao volante durante manobras de risco.
Na estrada, o perigo aumenta. Não há estatísticas sobre acidentes envolvendo animais no carro, mas um estudo feito pela norte-americana Foundation Traffic Safety (Fundação para a Segurança no Trânsito), com base em 1.700 vídeos feitos por câmeras em veículos, comprova que dois segundos de distração são suficientes para provocar uma colisão.
O gerente de projetos Humberto da Silva Fávero sabe bem o que é isso. Ao desviar o olhar para ver o filho que estava no banco de trás, o trânsito parou e seu carro colidiu de leve com o da frente. “Não foi nada grave, mas poderia ter sido.”
Ele conta que costuma viajar com a família para a praia com frequência. “Nina, nossa cadelinha, vai junto e, como ela é muito agitada, a colocamos no cinto de segurança para cães.”
Médico do Hospital Veterinário Santa Inês, Eduardo Pacheco diz que não se deve deixar os bichos viajarem com a cabeça para fora. “Eles podem desenvolver inflamações no canal auditivo, por exemplo.”
Melhores amigos em cadeiras, cintos e caixas. Há no mercado vários acessórios para transportar animais de estimação no veículo. As caixas e as bolsas são boas opções para os mais ariscos, que se estressam facilmente ou fujões, como gatos, por exemplo.
Para cães tranquilos, há cadeiras especiais. Nelas, dá para prender o pet, que deve estar com peitoral ou coleira, seja qual for o tipo de transporte.
Cada vez mais comuns, os adaptadores de cintos de segurança são interessantes, principalmente para cães de porte médio. Esses dispositivos têm gancho para prender o peitoral e se encaixam no cinto do carro, limitando os movimentos do bicho de estimação.
O ideal é que os pet viajem no banco traseiro, mesmo que estejam em caixas. Esses itens são fáceis de encontrar em pet shops e têm vários tamanhos.
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) prevê multas para quem transporta animais de forma irregular. O Art. 252, por exemplo, prevê que o motorista que guiar levando pets à sua esquerda ou entre os braços e pernas comete infração média. São R$ 85,13 de multa, mais quatro pontos na CNH.
Levar bichos do lado de fora do carro é infração grave, com multa de R$ 127,69 e perda de cinco pontos no prontuário.