O carro autônomo não é coisa de um futuro distante. A tecnologia está muito próxima de chegar aos veículos de rua (que, por ora, são semiautônomos). Prova disso foi o grande número de protótipos que dispensam motorista mostrado no Salão de Frankfurt (Alemanha), encerrado no domingo passado.
O evento, inclusive, foi palco do lançamento do novo Audi A8, o primeiro modelo de série com sistema autônomo de nível três.
As sistemas do A8 são capazes de dispensar a atuação do motorista em mais situações que nos semiautônomos de nível dois (à venda atualmente). O condutor não precisa monitorar as ações do carro enquanto o recurso está ativo e pode, por exemplo, ler, falar ao telefone ou usar a central de entretenimento.
O veículo “monitora” o motorista apenas para saber se ele está apto a reassumir o controle, se necessário. Também manda alguns sinais se o condutor dormir, por exemplo.
Por enquanto, o sistema de nível três do A8 só funciona em congestionamentos e na estrada, com o sedã a até 60 km/h. É preciso que a via também tenha uma divisão física entre os sentidos de rodagem (canteiro, por exemplo).
Fora dessas condições, a tecnologia não pode ser ativada. A norte-americana Tesla deve ser a próxima a mostrar um modelo com automação nível três, ainda neste ano.
O nível quatro, próximo da condução autônoma, representará o maior salto na escala evolutiva ao dispensar completamente o motorista na maior parte do tempo. Com o sistema, mostrado também pela Audi no conceito Elaine, o condutor só entrará em ação eventualmente, caso o carro “não saiba lidar” com alguma situação.
Mas o veículo será capaz de agir em emergências, já que o motorista pode não estar pronto para assumir o comando imediatamente. Isso significa que o modo autônomo não pode simplesmente “se desligar”.
No quinto nível, como dispensará totalmente a necessidade de motorista, o carro não terá volante nem pedais, por exemplo. A condução será totalmente automatizada e os ocupantes terão apenas de aguardar enquanto o veículo faz todo o trabalho de chegar ao destino previamente estipulado.
CHEVROLET BOLT AUTÔNOMO ESTÁ NAS RUAS
A Chevrolet está testando nos Estados Unidos uma frota de Bolt equipada com um avançado sistema de sensores e radares. Com isso o compacto tem capacidade de transitar de forma autônoma pelas ruas.
As 180 unidades estão rodando na cidade de São Francisco, na Califórnia, e no Estado do Arizona, para testar no “mundo real”, soluções do nível quatro da condução autônoma.
Esses carros já estão preparados para receber sistemas do nível cinco, que representa 100% de automação – sem motorista.
Os Bolt são monitorados por engenheiros da marca, que viajam a bordo, mas têm capacidade para lidar com quase todo tipo de situação de trânsito. Os veículos param em semáforos, dão passagem a pedestres e esperam a vez se um outro carro estiver estacionando à frente.
O sistema montado no teto dos carros inclui sensores a laser, radares e câmeras que dão uma visão 360°. Isso torna possível saber tudo que acontece em torno do veículo.
Segundo informações da marca, os Bolt são os primeiros carros autônomos feitos em uma fábrica de grande capacidade, como é o caso da unidade de Orion, em Michigan.
Como a produção de modelos autônomos é bem mais complexa que a de carros convencionais, o objetivo da empresa é também preparar suas plantas para fabricar esse tipo de veículo em escala industrial.
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Próximos passos
Antes da chegada do carro totalmente autônomo, veículos terão novas tecnologias de reação automáticas, que servirão como teste para consolidação do automóvel que dispensa o motorista. Entre os destaques, a ZF em breve lançará um sistema que impede conversões na contramão.
Motores
É um caminho sem volta: os carros serão 100% elétricos. Problemas de autonomia baixa em breve serão contornados. Porsche e Audi, do Grupo Volkswagen, mostraram em 2015 veículos capazes de percorrer 500 km a cada recarga da bateria. Um deles é o protótipo Mission E (foto), que terá versão definitiva em 2019.
Avanço
Audi A8, que chega no fim do ano à Europa, será o primeiro autônomo de nível 3 do mundo. Os carros atuais estão no nível 2 de autonomia. De olho na chegada do carro, Alemanha autorizou, em maio, o o uso de sistemas autônomos nos veículos - mas com diversas ressalvas.
Design
Para melhor aproveitamento de espaço, carro do futuro terá formas arredondadas e portas com sistemas de abertura não convencionais.
Inteligência artificial
Será a base do carro do futuro. O veículo usará sistemas avançados de inteligência artificial para aprender e ler emoções das pessoas. Assim, poderá reagir até a situações não previstas durante o seu desenvolvimento.
Conexões
Carros poderão "conversar" entre si e interagir com o entorno. Protótipo da Toyota tem painéis nas portas para saudar e enviar mensagens aos ocupantes de outros veículos. Conectividade será a base da boa convivência e da segurança.
Estações de trabalho
Sem necessidade de conduzir o carro, proprietário poderá trabalhar, usar o celular e até se divertir dentro do veículo, assistindo filmes, por exemplo.
Interior
Cabine será o foco do carro do futuro. Quando o veículo autônomo for maioria nas ruas, assentos poderão ser virados para trás, e o interior do veículo se tornará em uma grande sala de lazer ou trabalho.
Painel interativo
Entre as apostas para o carro do futuro está a projeção de informações em tempo real no para-brisa, por meio do Head Up Display de realidade aumentada.
Smart cities
Para viabilizar o carro do futuro, cidades precisarão avançar em infraestrutura. Bosch tem projeto em cidades de vários continentes, batizado de "Smart Cities" (cidades inteligentes).