RAFAELA BORGES
FOTOS: JOSÉ PATRICIO/ESTADÃO
Este comparativo é um acerto de contas. O Citroën DS4, lançado no Brasil no início do ano, tenta lavar a honra do “irmão menor”, DS3, derrotado em fevereiro pelo Volkswagen Fusca. Desta vez, a briga foi mais equilibrada e o modelo francês quase triunfou. Mas por seu apimentado desempenho e conjunto mecânico superior, o mexicano de linhagem alemã acabou vencendo de novo.
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DS4 e Fusca, derivados de plataformas médias, têm porte e peso semelhantes. Modelos de nicho e com forte apelo visual, são voltados ao público adepto de inovações. Há, no entanto, muitas diferenças entre eles.
O Fusca, que por ser mexicano não paga imposto de importação, parte de R$ 84.510, ante os R$ 99.965 do DS4. Porém, com os mesmos equipamentos do Citroën, que não tem opcional, vai a R$ 99.823.
O VW chega a R$ 106.117 com itens que o DS4 não oferece. A flexibilidade é vantajosa, pois o cliente pode optar pelo equipamento que quiser, enquanto no Citroën é obrigado a levar todos – e pagar por isso.
Os dois motores são turbo, a gasolina. O 2.0 do mexicano gera 200 cv, 35 cv a mais que o 1.6 do francês. O Fusca é mais rápido que o DS4. Com sua aptidão para ganhar velocidade, empolga quem está ao volante. Quando se pisa forte no acelerador em arrancadas, os pneus chegam a “cantar”.
O VW traz câmbio automatizado de seis marchas e duas embreagens, com trocas mais rápidas que as do automático, também de seis velocidades, do modelo francês.
FUSCA
O Citroën é mais manso, mas ainda assim bem temperado. Trata-se, porém, de um carro no qual o conforto é privilegiado. O ajuste da suspensão – um pouco barulhenta – e a direção eletroidráulica ajudam a promover uma condução menos cansativa que no Volkswagen.
No Fusca, a suspensão é tão dura que chega a ser desconfortável. Em compensação, é um carro bem mais à mão, preciso em curvas e com ótimas respostas da direção elétrica.
ESPORTIVIDADE X CONFORTO
O conforto superior do DS4 é reforçado por seu bom espaço interno. O francês tem quatro portas, ante duas do Fusca, o que facilita o acesso dos passageiros ao banco de trás – no qual dois ficam mais bem acomodados, já que seu entre-eixos é 7 centímetros maior.
Nenhum dos dois acomoda bem cinco pessoas. Também em ambos, os passageiros mais altos que se sentarem no banco de trás correm o risco de bater a cabeça no teto, já que eles têm a coluna “C” inclinada.
A posição de guiar é mais alta no DS4, o que proporciona melhor visibilidade e agrada principalmente o público feminino. No Fusca, o para-brisa pequeno atrapalha o motorista a enxergar obstáculos atrás – os dois modelos trazem sensor de estacionamento na traseira.
Em compensação, o mexicano “veste” melhor seu condutor, que fica bem apoiado no banco de estilo esportivo – opcional vendido com revestimento de couro. Além disso, o motorista fica bem próximo ao chão, em posição que instiga a vontade de acelerar.
São de série nos dois modelos seis air bags, freios ABS, limitador de velocidade e rodas de 17”. O DS4 traz sistema de som multimídia e navegador GPS. Os itens são opcionais no Fusca, cujo som de série tem rádio e leitores de CD e MP3.
CITROËN DS4
Também são de fábrica no DS4 e extras no Fusca ar-condicionado digital de duas zonas, faróis com LEDs de uso diurno e bancos de couro.
Nos preços dos seguros, o Volks leva vantagem. No entanto, sua franquia, de R$ 8.773, é mais salgada que os R$ 6.872 cobrados para o concorrente.