LUÍS FELIPE FIGUEIREDO
O Range Rover Evoque chegou ao País trazendo na bagagem a fama de sucesso instantâneo para a Land Rover. Em janeiro, teve 411 unidades vendidas, tornando-se o “campeão” da marca por aqui – os números são da Fenabrave, federação que reúne as associações de concessionárias.
Com motor quatro-cilindros 2.0 turbo de 240 cv e a versão mais em conta, Pure, partindo de R$ 178.000, o inglês disputa mercado com outro “queridinho”, o X1, que ocupa o posto de BMW mais vendido no País (o crossover alemão teve 262 vendas em janeiro). Mais próxima do Evoque, a versão xDrive28i, a R$ 199.050, tem motor seis-cilindros 3.0 de 258 cv – em maio essa configuração passará a trazer o quatro-cilindros 2.0 turbo de 245 cv.
Assim como ocorreu no mercado, neste comparativo o novato britânico também superou o rival germânico. A seu favor pesaram o bom desempenho, o preço mais atraente e a versatilidade. O Evoque é mais agradável tanto na cidade quanto na estrada, com a vantagem de ir bem também em percursos de terra.
A diferença de 18 cv na potência, na prática, é pouco perceptível. A vantagem, na verdade, é do Evoque – com turbo, seu propulsor entrega o torque máximo a apenas 1.700 rpm, o que lhe dá acelerações mais consistentes. O do BMW, embora de funcionamento mais suave, demora um pouco para exibir seu vigor.
Com maior espaço para pessoas e bagagem que o concorrente, o Range Rover tem posição de dirigir mais elevada. Sua visibilidade para trás é ruim, por causa do vigia traseiro baixo.
Com assistência elétrica, a direção do Evoque é mais leve em manobras que a hidráulica do X1. Seu volante, no entanto, não tem a pegada perfeita do alemão, que traz aletas para trocas de marcha. As mudanças feitas pelo câmbio do BMW, aliás, são mais suaves.
Custa caro manter essa dupla
Tanto em suas formas quanto em seu habitáculo o X1 se parece mais com uma perua “crescida” do que com um utilitário-esportivo – como é o caso do Evoque. O BMW tem menor altura de rodagem (o que, associado à suspensão bem acertada faz sua carroceria oscilar menos) e, embora calçado com pneus de perfil baixo (255/40 R18) e do tipo run flat (que rodam mesmo furados, por 80 km a até 80 km/h), tem rodar mais suave.
O Evoque, que traz pneus de perfil mais alto, nas medidas 235/60 R18, transmite mais as irregularidades do piso à cabine.
Embora tenha sistema de adaptação a diferentes pisos, como o Land Rover, o BMW também conta com tração 4×4, que melhora a aderência em piso molhado, por exemplo.
O acabamento do habitáculo é impecável em ambos. As diferenças estão nos detalhes: o Evoque apela ao estilo moderninho, enquanto o X1 é clássico e tem interior mais silencioso.
O banco traseiro do X1 tem encosto mais reclinado e espaço para pernas dos passageiros equivalente ao do Evoque. No modelo inglês o túnel central é mais baixo e atrapalha menos.
Há menos porta-objetos no interior do BMW, que vem de série com teto solar.
As peças de reposição dos dois carros têm valores bem salgados. Cada farol, por exemplo, custa R$ 5.883 para o Evoque e R$ 7.200 para o X1.
Os preços das apólices de seguro também podem assustar: não apenas pelo prêmio, mas também pela franquia, de até R$ 19.408 em uma das companhias consultadas.
Agradecimento: concessionária BMW Autostar