RAFAELA BORGES
FOTOS: SÉRGIO CASTRO/AE
Por ora, a nova geração do Picanto, que acaba de chegar ao País, sai a R$ 34.900 com câmbio manual. Em breve, ela custará quase R$ 50 mil. Isso porque o governo decidiu aumentar em 30 pontos porcentuais o IPI para alguns importados (veja na página 8). É uma pena, já que neste comparativo com o 500, também estrangeiro e recém-relançado aqui, o Kia se mostrou superior. Agora mexicano (antes vinha da Polônia), o Fiat tem tabela a partir de R$ 39.990 na versão Cult.
E esse preço não mudará, já que um viés da nova regra deixou de fora da alíquota maior os carros feitos no México. Quem perde é o consumidor, que terá de correr se quiser garantir pelo preço atual o sul-coreano, que supera o 500 em praticidade, dirigibilidade e espaço interno.
Confira as fotos do Kia Picanto
Não que o Fiat não seja bom. Sua cabine, com pintura que acompanha a cor externa, é puro charme, e a lista de equipamentos, incomparável no segmento.
O motor 1.4 flexível de até 88 cv, novo no carrinho, desempenha seu papel tão bem quanto o ator Dustin Hoffman diante de Ricardo Macchi no anúncio do 500. Mas além de custar R$ 5 mil a mais que o Picanto (em condições iguais de IPI), a ausência das portas traseiras limita seu público.
Elas fazem falta para quem precisa levar objetos no banco de trás. Como uma cadeirinha de criança, por exemplo.
Quanto à dirigibilidade, o Picanto é mais firme do que o rival, mas sem abrir mão de maciez. A direção traz assistência elétrica.
O Fiat é mais molenga na suspensão e, em curvas, o controle eletrônico de estabilidade, de série, dá conta do recado. O câmbio do Kia é mais preciso que o do 500 – os dois têm cinco marchas.
Graças às dimensões compactas, ambos são fáceis de estacionar e oferecem boa desenvoltura no trânsito urbano. O três-cilindros 1.0 do Picanto, também flexível e com até 80 cv, vai tão bem, ou até melhor, que o do Fiat.
Combinado ao câmbio, deixa o carro esperto na hora de arrancar e ao retomar velocidade, sem fazer o esforço típico dos motores dessa cilindrada. Parece até ser “maior” do que é.
Confira as fotos do Fiat 500