Leandro Alvares
Os dias de exclusividade do Toyota Camry no papel de sedã grande japonês à venda no Brasil terminaram. Tudo por culpa da Honda, que retomou em julho as importações do Accord, após um ano “sabático”. Na nona geração, o novo modelo tem tabela de R$ 147.900 na configuração topo de linha e derrota o rival, cujo preço é de R$ 146.650, nos pequenos detalhes.
Além do visual marcado por linhas mais fluidas, o Accord se destaca pelas apólices de seguro menos caras e pela ergonomia mais bem resolvida que a do Camry. Fora isso, a dupla de sedãs executivos nipônicos é muito parecida, a começar pelos motores.
Os dois trazem motor 3.5 V6 a gasolina. O do Honda entrega consideráveis 280 cv de potência e 34,6 mkgf de torque, ante os 277 cv e 35,3 mkgf do Toyota. Os câmbios dos dois são automáticos de seis velocidades, eficazes para aceleradas vigorosas e para transmitir conforto, com trocas suaves de marcha.
Só não espere fortes emoções nesses modelos, pois tanto o Accord quanto o Camry não são voltados à esportividade. Embora os escapamentos de ambos emitam ronco agradável ao se pisar fundo no pedal da direita, os japoneses são peritos mesmo em propiciar “taxa zero” de ruído a bordo.
O propulsor do Accord desliga três dos cilindros quando o sedã roda em velocidade de cruzeiro para reduzir o consumo de combustível. Na estrada, o computador de bordo registrou 18,8 km/l, ante os 16 km/l aferidos no Toyota.
A direção do Honda é um pouco mais direta que a do concorrente. Em ambos, os sistemas têm assistência elétrica.
O Camry também tem virtudes. Uma delas é a maior firmeza das suspensões independentes em curvas e o espaço do porta-malas: 504 litros, ante os 461 do rival. Na cabine, o nível de acabamento e a área livre para os ocupantes são admiráveis. Com 2,77 metros de entre-eixos, os japoneses acomodam cinco adultos com conforto.
Ressalvas para desenho e preço
Não há problema em ser carro de “tiozão”, mas que o seja com estilo. Falta tempero ao desenho do Camry que, nas ruas, é facilmente confundido com veículos chineses – e foram muitos que questionaram a nacionalidade do sedã durante a avaliação. E o Accord? Ele também tem traços conservadores, mas as linhas mais refinadas de sua carroceria conquistam olhares até dos mais jovens. Ponto para a Honda. O que incomoda muito nessa dupla, porém, são os elevados preços de tabela. Na faixa dos R$ 150 mil, os consumidores que desejam um três-volumes com ares de executivo podem partir para outras opções interessantes no mercado, como Ford Fusion e Hyundai Azera, ou até sedãs um pouco menores, mas com ótimas credenciais, como é o caso dos alemães Audi A4, BMW Série 3 e Mercedes-Benz Classe C. Abram os olhos, japoneses!
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