LUÍS FELIPE FIGUEIREDO
Lançados no País quase ao mesmo tempo e à venda há pouco mais de dois meses, Chevrolet Cobalt e Nissan Versa também têm em comum repetir a fórmula do Renault Logan: são carros “acessíveis” com porte de modelos de categoria superior e com apelo estritamente familiar. Há mais semelhanças nas tabelas. O preço inicial de ambos é inferior a R$ 40 mil nas versões de entrada (R$ 39.980 para o Cobalt LS e R$ 35.490 para o Versa S).
O Nissan, vencedor deste comparativo por apenas um ponto, consegue se diferenciar além do preço R$ 4.500 menor. Mesmo adicionando o ar-condicionado (R$ 2.500), de série no Cobalt, ele continua mais em conta e vem com dois air bags (travas elétricas são de fábrica nos dois modelos).
O motor 1.6 16V do Versa tem até 111 cv, ante os 102 cv do 1.4 do Cobalt. O torque também é maior: são 15,1 mkgf, contra até 13 mkgf do Chevrolet. Os dois são quatro-cilindros e flexíveis. O comando de válvulas variável dá ao propulsor do Nissan mais elasticidade para retomadas. A favor do 1.4 do Cobalt está a suavidade de funcionamento.
Apesar de andar mais forte, o Versa não oferece as mesmas qualidades ao volante do rival. O Cobalt é superior nos outros aspectos: precisão da direção em mudanças de trajetória, inclinação adequada da carroceria em curvas e acerto da suspensão.
A direção com assistência elétrica do Versa é mais leve em manobras, mas muito artificial em movimento. A do Cobalt, hidráulica, é mais comunicativa.
O câmbio do Cobalt ficaria melhor com a 1ª marcha um pouco mais curta. Isso o ajudaria a enfrentar subidas íngremes, nas quais ele resfolega. O Nissan passa por isso sem sofrer.
Outro aspecto em comum entre esses sedãs – e herdado do Logan – é o desenho incapaz de agradar. O argumento é que a forma foi prejudicada pela prioridade à função, muito bem cumprida pelos dois carros.
O espaço para os passageiros é surpreendente nesses sedãs, pouco mais no Nissan. Mesmo com os bancos dianteiros totalmente recuados, não resvala nos joelhos dos passageiros de trás. A vantagem do Chevrolet é ter o assento mais alto, o que evita deixar as pernas flexionadas.
Os porta-malas também têm grande capacidade, com destaque para o Cobalt e seus 563 litros (são 460 litros no Versa). Há vantagem para o Chevrolet também na capacidade do tanque de combustível: 54 litros, ante apenas 41 litros no do Versa, o que limita sua autonomia.
No interior, o Nissan tem as alavancas de regulagem dos bancos dianteiros mal posicionadas. Elas ficam cobertas pelo cinco de segurança. As opções de cores metálicas são mais caras no Versa: R$ 990, ante os R$ 903 para o Cobalt.
Nas cotações de peças de manutenção a vantagem é do Nissan – exceto pelas velas de ignição, a R$ 91,72 cada. A explicação dada nas concessionárias da marca é que o produto é importado, com recomendação de troca a cada 100 mil quilômetros. No seguro, a vantagem é do Chevrolet, cuja apólice custa quase a metade da do Versa.
As fotos foram feitas com as versões de topo SL (Versa) e LTZ (Cobalt).