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Nova Fiat Strada encara a VW Saveiro para ser sucesso de crítica e público
Comparativo

Nova Fiat Strada encara a VW Saveiro para ser sucesso de crítica e público

Totalmente renovada, mais equipada e ainda mais barata, picape da Fiat demonstra que tem condições para ampliar (ainda mais) a vantagem em vendas

Hairton Ponciano Voz

30 de jul, 2020 · 8 minutos de leitura.

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FIAT STRADA VOLCANO
Crédito:FIAT

A Strada costumava ser um sucesso de público e um fracasso de crítica. Mesmo sem ser melhor que a Volkswagen Saveiro, a Fiat sempre vendeu mais. No último confronto da dupla feito pelo Jornal do Carro, há quatro anos, a representante da marca alemã confirmou mais uma vez sua superioridade. Enquanto isso, a picapinha da italiana dava o troco nas vendas.

Mas as coisas mudaram. A segunda geração da Strada evoluiu em praticamente tudo. Com isso, deve manter e até ampliar a liderança de mercado. Mas será que finalmente a Fiat superou a rival? Fizemos um comparativo virtual com a dupla. O duelo foi entre as versões de topo, com cabine dupla. A Strada Volcano, agora com quatro portas, é tabelada a R$ 79.990 e a Saveiro Cross (está sentado?) começa em R$ 92.690, ou R$ 12.700 a mais. A diferença é suficiente para comprar um scooter Honda PCX (R$ 12.589), por exemplo.



strada

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VW

A Strada dá outro pulo à frente por ter quatro portas. Na Saveiro, há apenas duas, o que dificulta o acesso para quem vai atrás. Além da facilidade, as portas traseiras da Strada têm bom ângulo de abertura (80º), o que melhora ainda mais a tarefa de entrar e sair da cabine. De qualquer forma, embora as duas sejam homologadas para levar três pessoas atrás, na prática o espaço é para dois. E com algum prejuízo para o conforto, porque o espaço não é muito generoso em nenhuma.

A Saveiro é um carro mais gostoso de dirigir. Além de ser cerca de 50 kg mais leve (1.125 kg, ante 1.174 kg da Strada), na versão de topo a VW é mais potente. O motor 1.6 de comando duplo e 16 válvulas gera até 120 cv. O 1.3 de comando único, oito válvulas e até 109 cv da Fiat não é páreo para o concorrente.


FIAT

A Saveiro tem dirigibilidade semelhante à do Gol. Capacidade de aceleração e retomadas são muito boas. Há força desde as baixas rotações, o que diminui a necessidade de reduções de marcha. A VW divulga aceleração de 0 a 100 km/h em 10 segundos e máxima de 177 km/h. Apesar de ter motor menor, a Strada agrada. Um dos segredos está na relação mais curta das marchas, que dá bastante agilidade, mesmo em subidas. A Fiat informa 0 a 100 km/h em 11,2 s e máxima de 168,4 km/h.

As duas têm câmbio manual de cinco marchas, mas também nesse caso a vantagem é da Saveiro, que oferece engates mais justos e rápidos. Na Fiat, o curso da alavanca é maior. No ano que vem o modelo da marca italiana irá ganhar opção automática do tipo CVT.


Na Strada, a direção é elétrica, enquanto na Saveiro a assistência é hidráulica, que confisca um pouco de potência do motor. Em termos de estabilidade, a picape da VW leva ligeira vantagem, por ter suspensão mais firme, com molas helicoidais no eixo traseiro (como nos carros de passeio).

Mas, se a Saveiro é melhor como “carro”, a Strada leva vantagem como picape. O modelo da Fiat mantém a suspensão traseira com molas parabólicas, mais apropriadas para levar carga. A Strada balança mais em curvas, mas pode carregar 650 kg, contra 615 kg da Saveiro.

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Estilo da Strada domina

No quesito visual, a Strada chama muito mais atenção. O modelo da VW recebeu a última reestilização em 2016. De frente, a Strada lembra o Argo e tem luzes diurnas e faróis de LEDs. O estilo da dianteira da Saveiro, igual à do Gol, não causa o mesmo impacto. De lado, a Strada lembra a Toro, outra boa referência visual. A Saveiro é caracterizada pelas linhas mais retas, marca de todos os carros da VW.

Por dentro, as coisas se invertem. O painel da Strada é muito parecido com o do Mobi, com o velocímetro englobando o mostrador digital, que traz computador de bordo e outras informações, como pressão de pneus (presente também na Saveiro).


VW

A VW feita em São Bernardo do Campo (SP) traz o clássico quadro de instrumentos com conta-giros e velocímetro grandes, englobando termômetro e marcador de nível de combustível, menores. Em ambas, o acabamento é simples e os tecidos que revestem os bancos têm padronagem de bom gosto.

Equipamentos

A Strada de cabine dupla vem com air bags laterais, enquanto a Saveiro só oferece os frontais, obrigatórios por lei no País. As duas têm de série central multimídia, mas a da Fiat é bem mais moderna. Um dos destaques é a projeção do conteúdo de smartphones sem necessidade de utilização de cabo. O modelo da Fiat oferece duas portas USB, contra uma da Saveiro.


VW

Dessa vez, a Strada virou o jogo. E não para por aí. A Fiat prepara ainda a chegada da chamada Strada “fase 2”. Além do câmbio automático (não disponível na Saveiro), a picapinha feita em Betim (MG) receberá sistema de carregamento de celular sem fio e caçamba com cobertura rígida (como na Toro Ultra).

As novidades devem chegar no fim do ano, ou – se houver atraso por causa da pandemia – no início de 2021. Parece que chegou a vez de a Saveiro se mexer. Cumprindo as normas de distanciamento social, a Strada ficou bem longe da rival.


VW

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Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.