Eles têm preço, motor e dimensões parecidos e personificam um dilema comum para muitos clientes na hora da escolha do carro de luxo: sedã ou SUV? De um lado está a nova geração do BMW Série 3 na versão de topo, 330i M Sport, a R$ 269.950. Do outro, o Volvo XC60 T5 Inscription, tabelado a R$ 278.950.
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O alemão faz parte do segmento de sedãs, que vem perdendo cada vez mais consumidores para os SUVs. Já o chinês e se tornou o utilitário médio de luxo mais vendido do País.
No comprimento o Série 3 é 1 cm maior que o XC60. No entre-eixos, essa “vantagem” se inverte.
O Volvo sobressai em espaço e porta-malas. O BMW oferece melhores dirigibilidade e desempenho. O resultado do comparativo apontava para um empate, mas o sedã acabou vencendo (por meio ponto) por vir mais equipado de série.
O quatro-cilindros do Série 3 gera 258 cv, ante 254 cv do motor do XC60. E tem 5 mkgf a mais que os 35 mkgf do rival. Além disso, por ser 456 kg mais leve, o BMW tem ampla vantagem tanto ao acelerar quanto ao retomar velocidade.
De acordo com dados das respectivas fabricantes, o BMW vai de 0 a 100 km/h em 5,8 segundos, um segundo a menos que o Volvo. Ambos trazem um rápido e eficiente câmbio automático de oito marchas.
O Série 3 também é melhor quando o assunto é estabilidade e prazer de dirigir. Grudado no chão, em alta velocidade o sedã alemão passa muita sensação de segurança ao motorista. Mesmo com tração traseira (a do XC60 é 4×4), é muito estável mesmo em curvas fechadas.
Não que o Volvo seja ruim. Mas as respostas do sistema de direção são um pouquinho menos precisas que as do BMW.
Já o centro de gravidade mais alto do SUV se traduz em maior balanço da carroceria e menor eficiência ao encarar curvas. Controles de tração e estabilidade são de série nos dois carros.
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A suspensão do Volvo tem ajuste voltado ao conforto, o que o deixa um pouco mais anestesiado. No BMW, apesar de a suspensão ser mais dura, os impactos contra as imperfeições do piso são filtradas com a mesma eficiência.
VOLVO RECEBE MELHOR ATÉ QUATRO PASSAGEIROS
A posição de guiar do Série 3 é excelente. Os ajustes do volante e banco (elétricos) permitem que qualquer motorista, independentemente da estatura, fique bem acomodado.
A posição ao volante do XC60 é alta (como em qualquer SUV) e encontrar o ponto ideal é um pouco mais difícil que no Série 3. Por isso o BMW levou a melhor em ergonomia. A diferença de pontuação, porém, é mínima, já que no Volvo há comandos elétricos também para o banco do passageiro da frente – item não disponível no sedã.
Na distância entre os eixos, sedã e SUV são parelhos, mas no 330i o túnel central alto prejudica a acomodação de quem estiver no meio do banco de trás. No SUV, o assoalho é quase plano e há mais espaço para as cabeças dos passageiros.
O porta-malas do Volvo tem 505 litros, ante os 365 l do bagageiro do BMW. No sedã, dá para retirar o estepe e ampliar a capacidade para 480 l. A operação, porém, é complicada.
O acabamento do sedã evoluiu, mas perde para o do SUV na qualidade dos materiais. A central multimídia do Volvo é mais intuitiva (ambas têm tela sensível ao toque) e comporta Android Auto e Apple CarPlay (o BMW traz apenas o Apple).
O Série 3 traz a mais assistência ao estacionamento com função reversa, câmeras de 360°, carregador de celular por indução e inteligência artificial, além de ar-condicionado de três zonas (duas no SUV).
Os dois carros vêm com sistema semiautônomo de condução e painel virtual. O item manutenção não foi considerado pois não a BMW não tem revisão com preço fixo para o 330i.
Opinião
O QUE VOCÊ QUER?
Você gosta de ficar próximo ao chão quando dirige? E de sentir uma conexão forte entre homem e máquina? Se respondeu sim às duas questões e for fã de carros com tração traseira, o Série 3 é ideal para você. Mesmo com muita tecnologia nesta nova geração, o sedã manteve sua aura de carro-raiz, bom de guiar, que tanto encanta os entusiastas há gerações. Mas o BMW não trata as famílias tão bem. A falta de espaço no porta-malas e no banco de trás do sedã são questões contornadas com maestria pelo Volvo XC60. E o Volvo ainda oferece aquela posição mais alta de guiar, comum aos SUVs. Neste comparativo, o resultado foi tão apertado que deixou de ser uma mera questão de qual venceu, e sim do que o cliente prefere. Nos números de vendas, os sedãs estão perdendo feio para os SUVs. No segmento de luxo, Série 3 e Mercedes-Benz Classe C ainda fazem bonito. Mas também já sentem o avanço firme e contínuo dos utilitários-esportivos.
Prós e contras
Volvo XC60
Prós
ESPAÇO E MULTIMÍDIA
Três pessoas podem viajar bem acomodadas atrás. Sistema de entretenimento é bastante intuitivo.
Contra
COMPORTAMENTO
SUV da Volvo é mais lento que sedã da BMW nas retas e, em curvas, desempenho também é um pouco inferior.
BMW 330I
Prós
DIRIGIBILIDADE
Grudado no chão, alemão é puro prazer de dirigir. Ampla lista de itens de série também se destaca.
Contra
ACOMODAÇÃO
Túnel central muito alto reduz espaço para ocupante do meio. Porta-malas é pequeno para o segmento.