
Leandro Alvares
O visual agressivo ajuda, mas não é a única razão para o monopólio das atenções de Ferrari e McLaren no Salão de Genebra. A receita híbrida adotada nos superesportivos LaFerrari e P1 contribui para torná-los os modelos mais assediados da mostra suíça, que vai até domingo. E, para a alegria dos fãs, as duas rivais nas pistas – diferentemente do que ocorre na Fórmula 1 – revelaram vários detalhes de suas novas criações equipadas com motores a gasolina e elétrico combinados.
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A Ferrari batizou o pacote técnico da LaFerrari de Hy-Kers. Seu funcionamento tem o mesmo princípio do Kers utilizado pela marca na F-1: a energia dissipada pelos freios recarrega a bateria que vai alimentar o motor elétrico de 163 cv, composto por 15 módulos, cada um contendo 120 células de íons lítio.
Outra forma de recarga é por meio de acelerações vigorosas. Nesse caso, o torque gerado pelo V12 a gasolina de 6,3 litros e 800 cv para tracionar as rodas é transformado em eletricidade. Combinados, os dois “corações” entregam 963 cv e 92 mkgf à “macchina”.
A bateria do motor elétrico da LaFerrari, fixada ao chassi em posição central para garantir melhor distribuição de massas entre os eixos, pesa 60 quilos. Sua autonomia não foi revelada pela Ferrari por uma simples razão: por enquanto, ele não é capaz de movimentar sozinho a LaFerrari. Mas a marca informa que isso pode ser feito, “por poucos quilômetros, em uma futura evolução do superesportivo”.
A McLaren, por sua vez, garante que o P1 pode ser movido apenas pelo motor elétrico de 179 cv. O dispositivo fica no próprio chassi do carro, junto ao propulsor a combustão. A autonomia, contudo, é de modestos 10 quilômetros.
Conforme informações da maca inglesa, o motor elétrico do P1 pesa somente 26 quilos. Sua bateria, de 96 quilos, tem seis módulos, cada um com 54 células de íons lítio.
Assim como a LaFerrari, a bateria do McLaren utiliza a energia cinética das frenagens para se recarregar. Mas há também a possibilidade de recarga em tomadas convencionais. O tempo de “reabastecimento” é de duas horas.
No confronto dos motores a gasolina, o do P1 é ligeiramente mais “manso” que o do LaFerrari. Seu 3.8 V8 biturbo entrega 737 cv. Combinado ao elétrico, são 916 cv e 91,7 mkgf. Uma briga para lá de interessante.