São muitos os tipos de aberturas encontradas no mercado. Os esportivos BMW i8 e Koenigsegg Regera têm em comum portas no estilo tesoura, que se abrem para cima e para frente, com articulação próxima do para-brisa. De acordo com o professor do curso de Engenharia Mecânica do Centro Universitário da FEI, Waldemar Colucci, essa solução serve basicamente para chamar a atenção. “É preciso colocar um sistema de ar eficiente que sustente a porta em cima e também que auxilie o motorista a ‘subir’ essa porta. A única vantagem, ao meu ver, é que não é preciso espaço lateral ao abri-la”, opina.
Portas articuladas para trás, também conhecidas como suicidas, equipam muitas minivans mundo afora. No Brasil, foi a saída encontrada pelos engenheiros que projetaram a Fiat Strada para facilitar o acesso à cabine. No caso de portas desta versão é comum que a coluna B (a que fica no meio do carro), seja descartada. Desse modo é preciso inserir estruturas transversais no teto e no assoalho. Fechada, a porta “vira” a coluna que foi abolida. “Esse tipo de solução beneficia o usuário, mas encarece o projeto. Tanto que a versão com porta suicida é a topo de linha da Strada”, relembra Colucci.
Também desenvolvidas para facilitar o acesso de ocupantes, as portas corrediças deslizam de maneira horizontal. O sistema de abertura varia de carro para carro, mas normalmente a porta sai do batente e corre em seguida. Pode ser utilizado ainda um sistema sofisticado de trilhos para que ela corra. Na Europa, as portas do Ford B-Max são deste tipo.
Asas de gaivota chegaram ao mercado com o Mercedes-Benz SL 300, em 1954. A articulação, com dobradiças no teto, faz com que, ao abrir, lembrem uma gaivota de asas abertas. Outros modelos aderiram ao estilo, como o SLS AMG, também da marca alemã, e o cultuado DMC DeLorean, que levava Marty McFly para todos os cantos do tempo-espaço em “De Volta Para o Futuro”. “A aplicação é muito mais uma questão de estratégia de design do que qualquer outra função. “Como esportivos são extremamente baixos, a abertura de uma porta precisa ser mais ampla, justamente para ajudar a entrar e sair do veiculo”, explica o o engenheiro Jesse Paegle, diretor do Simpósio SAE BRASIL Car Body.
As portas convencionais, com duas dobradiças, abrem para fora do corpo do carro. Se popularizaram pelo projeto simples, fácil de construir e de baixo custo. Para os próximos anos, especialistas não acreditam que outros tipos de abertura de portas estejam em automóveis de volume. “A questão do custo é extremamente importante no mercado nacional e influencia diretamente na produção de carros e na introdução de novas tecnologias, como o desenvolvimento de uma nova abertura de porta. Não acredito que as portas convencionais deixem de ser a maioria mesmo em vinte anos”, diz Paegle.
O engenheiro ainda comenta sobre o uso de novos materiais nas peças. “Quando se fala em avanço estrutural dos carros, o peso importa. Algumas marcas desenvolvem partes em alumínio de alta resistência e em fibra de carbono. Mas são materiais caros e, a partir daí, o preço é algo proibitivo se formos pensar em produção de larga escala”, completa.