DIEGO ORTIZ
A pressa é, na maioria das vezes, inimiga do bom negócio. Como não está nada fácil trocar de carro dando o usado como parte do pagamento, uma saída interessante para quem pretende se desfazer do veículo e não tem urgência é deixá-lo em consignação. A prática não é interessante apenas para o dono do carro. O lojista ou vendedor também acaba saindo no lucro.
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A modalidade consiste em deixar o carro em uma loja especializada em seminovos. Quando aparecer um comprador, o lojista ganha uma porcentagem do valor da venda. “Os carros saem rápido porque não colocamos lucro em cima. Cobramos apenas a comissão de 5% após a entrega”, afirma o vendedor da Altas Carangas (2976-9945), em Santana, zona norte, Aguinaldo Miranda.
Mas é preciso ter paciência. Dependendo do modelo, a espera até que surja um novo dono para o carro gira em torno de um mês. A boa notícia é que quem quer vender perde bem menos do que se entregasse o usado na troca por um zero-km ou outro modelo mais novo.
“Se o cliente quiser R$ 30 mil pelo carro, por exemplo, e a concessionária der RS 25 mil, nós conseguimos fechar a venda por uns R$ 28 mil. Tudo depende da pressa do proprietário”, conta Álvaro Lami, dono da Primo’s Car (2239-7053), no bairro da Casa Verde, também na zona norte.
Outro motivo apontado pelos lojistas como um dos responsáveis pelo aumento da procura pela consignação é a falta de tempo alegada pelos proprietários na hora de revender o carro. Bruno Sampaio, vendedor da Paschoal Multimarcas (2302-4040), na Vila Prudente, zona leste, diz que esses clientes em geral têm mais de um carro e não podem ir a feirões e atender interessados vindos por meio de anúncios classificados. “Ajudamos essas pessoas a poupar tempo e evitar trabalho e dor de cabeça”, diz.
Almir Lázaro é um dos clientes da Altas Carangas que acaba de deixar um Chevrolet Agile 2010 em consignação na loja. “É difícil conter a ansiedade, mas é melhor esperar um pouco do que perder dinheiro dando o usado como parte de pagamento pelo carro novo”, afirma.
Vendedor da Agnus Multimarcas (5541-2471), em Santo Amaro, na zona sul, Lucas Eiken concorda com Lázaro. Ele afirma que a maioria das pessoas é apressada, quer trocar de carro “ontem” e para isso nem se importa em perder dinheiro.