
Os dummies – aqueles bonecos usados em crash tests – já prestaram relevantes serviços nas simulações de acidentes nos bancos dianteiros dos automóveis, mas agora estão prestes a assumir novas posições – dessa vez nos bancos de trás.
Na maioria dos casos, as simulações são feitas com bonecos “adultos” na frente, e modelos de “crianças” ou “bebês” no banco traseiro. Mas isso tende a mudar.
Nos Estados Unidos, já há um movimento para que se dê mais atenção a passageiros do banco traseiro. A razão é o crescimento de usuários que viajam na parte de trás dos veículos, motivada não só por táxis, mas também por empresas como Uber.
O departamento nacional de segurança de trânsito dos EUA, NHTSA, planeja testar dummies adultos no banco de trás em novos modelos a partir de 2019. Desde 1978, quando o órgão iniciou seus testes, o NHTSA apenas avalia ocupantes do banco dianteiro. De acordo com os resultados, os carros são classificados em uma escala que vai de zero a cinco estrelas, dependendo do grau de segurança obtido em colisões.
“As pessoas pensam que um carro que obteve cinco estrelas é seguro em todas as posições, mas isso não é verdade”, diz o engenheiro Kristy Arbogast, diretor do Centro de Pesquisas e Prevenções de Lesões do Hospital da Criança da Filadélfia: “O banco traseiro não foi testado”, garante.
Especialistas em segurança dos EUA sustentam que mudanças construtivas dos bancos dianteiros aumentaram os riscos aos ocupantes do assento de trás: alguns têm tendência de se partirem mesmo em colisões de baixa velocidade, o que pode causar a morte dos passageiros que viajam atrás deles.
Outro fato é que o uso do cinto de segurança no banco de trás normalmente é ignorado. Médicos do setor de emergência nos Estados Unidos têm até um apelido para classificar uma lesão muito comum: “cara partida”. Isso ocorre quando, num acidente, um passageiro de táxi sem cinto de segurança bate a face na barreira plástica divisória dos táxis em cidades como Nova York, por exemplo. Nesse caso, o acidente pode resultar em fratura na cabeça.
Autoridades de Nova York estimam que cerca da metade dos usuários de táxi na cidade não utilizam cinto de segurança.