
Parte do charme de Havana está nos carros muito antigos que circulam pelas ruas do centro da cidade. São os famosos “almendrones” (sedãs norte-americanos dos anos 1950, anteriores ao embargo que isolou a economia da ilha a partir de 1962), ou os menos glamourosos modelos Lada da era soviética. Na esteira das reformas que Cuba está atravessando, o governo do presidente Raúl Castro finalmente abriu espaço para a renovação da frota do país. Foram aprovadas novas regras que permitirão a importação de carros e motos novos e usados, tanto por cidadãos cubanos como por estrangeiros com residência na ilha.
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As medidas já vinham sendo esperadas e também autorizaram a venda de peças de veículos desmontados. O governo não deve interceder nos preços, que obedecerão a lógica “do mercado entre particulares”.
Com os impostos que serão cobrados sobre as vendas, a intenção do governo é criar um fundo especial para o desenvolvimento do transporte público na ilha.
Antes da liberação, o comércio de carros dependia de cartas de autorização expedidas pelo governo cubano. Essas permissões só eram recebidas por poucos privilegiados, que muitas vezes negociavam os documentos no mercado paralelo e nem chegavam a adquirir os veículos.
Hoje, ter um carro é um luxo ao alcance de poucos em Cuba: enquanto o salário médio na ilha é de US$ 30, um Lada dos anos 80 bastante castigado custa cerca de US$ 3.000 e um similar em bom estado chega a US$ 12 mil. Modelos conversíveis das marcas Chevrolet e Cadillac podem alcançar US$ 80 mil.