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Dados da Anfavea indicam reação do setor automotivo
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Dados da Anfavea indicam reação do setor automotivo

De acordo com a entidade, novembro trouxe recorde nos níveis de produção e fortalecimento das exportações

06 de dez, 2016 · 7 minutos de leitura.

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 Dados da Anfavea indicam reação do setor automotivo
Investimento de R$ 7 bilhões anunciado pela VW foi citado como indício de melhora da economia

O ano de 2016 foi bastante duro para a indústria automobilística nacional, com as vendas de veículos diretamente afetadas pela instabilidade política e a falta de confiança do consumidor. Mas o mercado já vem mostrando sinais de reação. É o que mostram os dados revelados hoje pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em seu último encontro do ano com a imprensa e profissionais do setor automotivo.

O melhor indício de recuperação é que o nível de produção de veículos no mês de novembro foi o mais alto desde agosto de 2015, com 213,3 mil unidades fabricadas – ante 174,3 mil em outubro deste ano e 175,1 mil em novembro de 2015.

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Para dezembro, mês tipicamente aquecido no comércio, a Anfavea projeta uma produção superior a 200 mil unidades. “Mesmo assim, não conseguiremos atingir o nível de produção que esperávamos no início do ano”, admitiu o presidente da entidade, Antonio Megale.

O ritmo de vendas de carros também é animador, com registro de 8.900 novos licenciamentos ao dia – a melhor média diária do ano até agora. Mas a procura por financiamentos, muito aquém do usual, nunca havia atingido valores tão baixos. “O consumidor está receoso, evitando assumir compromissos e preferindo comprar à vista”, disse Megale.

Com o mercado se dinamizando e as vendas aos poucos reagindo, os estoques nos pátios das montadoras começam a ser desovados – passaram de 209,2 mil unidades em outubro para 206,3 mil unidades em novembro, uma quantidade suficiente para 35 dias de vendas.


Em relação aos níveis de emprego, a queda de outubro para novembro foi pequena, de cerca de 400 postos de trabalho: de 123,7 mil pessoas empregadas para 123,3 mil. “A tendência é que as montadoras avancem na estabilização dos quadros, como forma de se prepararem para a produção de 2017”, acredita Megale.

Exportações.Também há boas novas em relação às vendas para o mercado externo: novembro foi o melhor mês para as exportações desde agosto de 2013, com 57,1 mil unidades comercializadas, contra 36,9 mil em outubro e 36,5 mil em novembro de 2015.

No acumulado de janeiro a novembro deste ano, o saldo é de 457,8 mil veículos, alta de 23,4% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram exportadas 371,1 mil unidades. “O esforço de abertura do mercado brasileiro tem dado resultado, com vários países recebendo nossos carros pela primeira vez, e a tendência para o futuro é ainda mais positiva”, disse Megale.


Previsões.Enquanto correm os últimos dias de 2016, a Anfavea já esboça suas projeções parciais para os resultados do ano. A previsão da entidade é fechar o ano com 2,296 milhões de unidades produzidas (foram 2,249 milhões em 2015), 2,080 milhões de veículos emplacados (contra 2,569 milhões no ano passado) e 507 mil carros exportados (ante 417 mil em 2015).

Para 2017, a perspectiva é otimista. A própria Anfavea lembrou que várias montadoras anunciaram recentemente grandes investimentos no País, o que não deixa de ser uma aposta na melhora da economia – a Volkswagen inaugurou um ciclo de investimentos de R$ 7 bilhões entre 2016 e 2020, destinado ao lançamento de quatro modelos, enquanto a Toyota fará um aporte de R$ 600 milhões para a expansão de sua fábrica de Porto Feliz (SP), responsável pela produção de motores do sedã Corolla.

“Nós vamos parar de cair. Estamos ajustando nossas previsões, mas acreditamos que haverá um crescimento mais robusto na segunda metade de 2017, ainda na base de um dígito”, afirmou Megale. “O ritmo de crescimento começará a acelerar no segundo semestre e, em 2018, teremos um ano forte. O Brasil ainda poderá voltar a ser um dos cinco maiores mercados do mundo.”


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