Viviane Biondo
Fazer um curso de pilotagem no Autódromo de Interlagos era um sonho para o assistente jurídico Felipe Fonseca. Graças a uma oferta em um site de clube de compras, ele está em contagem regressiva para o grande dia. “O treinamento, que custa R$ 1.400, saiu por R$ 800”, conta.
O empresário Igor Silva é outro que costuma ficar atento às promoções. Ele afirma que já andou de kart seis vezes pagando metade do preço normal. Fonseca e Silva fazem parte de um público de 7,4 milhões de brasileiros que visitam diariamente os sites de compras coletivas à procura de descontos em produtos e serviços, segundo pesquisa IBOPE Nielsen Online. Não há segredo: quanto maior o número de compradores, que pagam antecipado, menor o preço.
Fechada a compra, o pagamento deve ser feito por meio de débito em conta ou cartão de crédito. Depois disso será gerado um comprovante para ser apresentado pelo consumidor na hora de usar o serviço ou retirar a o produto.
Alguns dos cerca de 80 sites de descontos já oferecem promoções para serviços de alinhamento e balanceamento, troca de óleo, limpeza e até carros novos.
Na semana passada, o Imperdível (www.imperdivel.com.br) ofereceu, por R$ 199, créditos no valor de R$ 2 mil para ser usados na compra do Ford Fiesta Sedan. “O setor é estratégico pela quantidade de serviços agregados”, diz um dos sócios do site, Paulo Veras.
Segundo Marcelo Macedo, diretor do ClickOn (www.clickon.com.br), serviços relacionados a veículos costumam ter boa aceitação. “Em 2011 o segmento deve passar de 1% para 4%. Pretendemos oferecer carros de R$ 80 mil a R$ 100 mil com bons descontos.”
Marcelo Araújo, dono do Acto Centro Automotivo, procurou um desses sites para anunciar alinhamento e balanceamento de R$ 50 por R$ 15. “A ideia é fidelizar os compradores que venham à oficina atraídos por essa oferta.”
O clique delas
As mulheres representam cerca de 60% dos visitantes dos sites de compras. Graças à dica da esposa, o funcionário público Eduardo Dias assistiu aos treinos para o GP do Brasil de F-1 por R$ 99.
A engenheira Mariana T. (que pediu para não ter o sobrenome revelado) guarda em segredo o boleto que vale um curso de pilotagem, comprado de presente para o marido. “Ele só vai saber do que se trata ao chegar na pista.”
Cautela nunca é demais
Segundo o assessor técnico do Procon-SP Marcos Diegues, é possível reclamar de produtos ou serviços que não correspondam ao que foi contratado diretamente no site que intermediou a compra. Ele ressalta que o consumidor deve ler atentamente o regulamento antes de fechar negócio. “É preciso avaliar a real necessidade da compra, checar se o desconto corresponde ao informado e guardar documentos, como os recibos e boletos impressos.”
Pedro Waengertner, professor da Pós-Graduação em Varejo e-commerce da ESPM, alerta que o comprador deve verificar o prazo para usar o voucher. “Em geral as ofertas dependem de agendamento.”