Motor dianteiro, motor central ou motor traseiro. Todo mundo que curte carro em algum momento já ouviu falar sobre estas três aplicações básicas de fixação do motor no projeto de um veículo. Mas quais as implicações, vantagens e desvantagens e geralmente em que tipo de carro são utilizados nem sempre fica claro. É isso que vamos tentar deixar mais simples.
Mais comum hoje em dia, o motor dianteiro é o que trabalha com o maior número de aplicações, além de ter variações dentro do mesmo tema: ele pode transversal ou longitudinal e ter tração dianteira, integral ou traseira. A maioria dos carros produzidos e vendidos no mundo hoje usam a aplicação de motor transversal com tração dianteira.
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1. Motor dianteiro transversal
Nessa posição, os cilindros ficam posicionados, em fila, entre as rodas dianteiras. A vantagem dessa aplicação é que ocupa menos espaço e permite ter um cofre de motor menor. Com isso, carros menores conseguem ter melhor aproveitamento da plataforma para o espaço interno. Um exemplo é a primeira geração do Mini, em 1959, que popularizou esse uso.
A maior parte dos carros com motor transversais são quatro ou cinco cilindros. Há, apesar disso exceções. Hoje em dia, há alguns motores V6 transversais ainda. Eles têm um ângulo entre as bancadas reduzido para serem mais compactos. Um exemplo bem conhecido é o VR6 da Volkswagen. Já houve também motores V8 transversais dianteiro e até V12 traseiro, como é o caso do Lamborghini Miura, mas são exceções.
Esses carros, geralmente, tem menor custo de produção e, em tese, são mais baratos no custo final. Outros itens geralmente associados ao motor transversal são a tração dianteira e o menor consumo de combustível. A perda mecânica costuma ser menor também pois há menos peças móveis para fazer a potência gerada pelo motor chegar até às rodas.
Uma das desvantagens do motor dianteiro com tração dianteira é tendência ao subesterço. Ao entrar rápido demais em uma curva, a frente sai da trajetória ideal. Geralmente, a maneira mais prática de corrigir é aliviar a aceleração, enquanto mantém o ângulo da direção.
1.2 Motor dianteiro longitudinal
A diferença começa na posição do motor. Ele fica fixado com os cilindros do 1 ao 6, por exemplo, no sentido da dianteira para a traseira do veículo. O câmbio, que no motor transversal é acoplado na lateral, no longitudinal fica na parte traseira do motor. Isso já exige um túnel central maior e mais largo dentro da cabine. Isso rouba espaço interno, ou obriga a plataforma a ser maior.
Geralmente, motor longitudinal na dianteira está associado a tração traseira ou integral. Com uma maior capacidade volumétrica, também tende a ter mais cilindros. É o caso dos seis cilindros em linha da BMW. Modelos que adotam V6 ou V8 na dianteira também costumam usar esse conceito.
Ainda assim, há motores quatro cilindros em linha longitudinais em uso. Um exemplo são os Audi A4 e A6 que permite tal uso por ter espaço suficiente no cofre já que sua plataforma é pensada também para receber motores V6 e até V8 para variantes esportivas.
Há também os Gran Turismo nessa categoria. Esportivos com propulsor dianteiro e tração traseira, como era até a geração anterior o Corvette, ou são os modelos da Aston Martin, o Mercedes AMG-GT, ou as Ferrari com motor V12, como a 812 Superfast.
Esses carros tendem a apresentar uma boa dirigibilidade já que o eixo dianteiro fica apenas com o esforço de direcionar o carro para a curva, enquanto o traseiro tem o esforço de empurrar o veículo tracionando as rodas, dividindo as forças que poderiam estar trabalhando em um eixo só.
O problema é, geralmente, o maior consumo de combustível, um peso maior, já que tem mais peças móveis (eixo cardã, diferencial), além é claro, de serem carros mais caros de produzir, comprar e manter.
2. Motor central
O queridinho dos projetos esportivos, a posição de motor central já entrega qual a sua principal vantagem. Ele posiciona boa parte da massa que estaria à frente do eixo dianteiro ou após o eixo traseiro, no meio do veículo. Isso garante a distribuição de peso quase sempre fique em 60% na traseira e 40% ou em alguns casos chegue a ser de 50% em cada eixo.
Por ocuparem um espaço no centro do carro, o motor central acaba por extirpar a possibilidade de bancos traseiros, sendo geralmente carros de dois lugares. A montagem da transmissão costuma vir à frente do motor. Esse tipo de projeto pode ser contemplado com motores seis cilindros em linha ou opostos, V6, V8, V10, V12 ou até W16; caso do Bugatti Veyron.
Algumas vantagens desse tipo de veículo, entre eles Porsche Cayman, Ferrari F8 Tributo, Audi R8 ou Ford GT, é que são ágeis em curvas, enquanto entregam boa capacidade de tração em acelerações. Uma desvantagem é a manutenção. Geralmente, dependendo do trabalho a ser realizado é preciso desmontar toda a traseira do veículo que está montada em um sub-chassi, que é o responsável por fixar o motor.
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Inscreva-se3. Motor traseiro
O uso mais incomum dos três hoje, particularmente, está associado ao Porsche 911. Conceito utilizado desde a primeira geração no esportivo coloca o motor de cilindros opostos da marca atrás do eixo traseiro. Essa posição deixa praticamente todo o peso do trem de força localizado na traseira. Isso garante mais tração na hora de acelerar.
Outros modelos que fizeram sucesso com motor traseiro são o Volkswagen Fusca, a primeira geração do Fiat 500 e o Smart ForTwo. Por outro lado, ficou marcado por consecutivos acidentes, e sendo tachado de carro perigoso, o Chevrolet Corvair, que usava o mesmo conceito em um sedã.
O Porsche mostra como a tração traseira é ótima para ajudar na aceleração, afinal o peso na traseira faz o carro “sentar” e oferecer melhor tração. Ainda assim, hoje mesmo a Porsche adotou o sistema de tração integral como opcional para o seu esportivo. Como o peso está situado baixo e atrás, também oferece uma habilidade de frenagem excepcional.
O lado negativo é a tendência excessiva ao sobresterço. Especialmente sob baixa aderência, o carro perde a traseira facilmente. Isso significa que ela sai da linha do traçado ideal. O que pode ser divertido em uma situação controlada, é potencialmente perigoso em uma estrada, por exemplo.