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Dieselgate: Bosch é multada em mais de R$ 400 milhões
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Dieselgate: Bosch é multada em mais de R$ 400 milhões

Companhia de autopeças forneceu softwares que permitiram burlar testes de emissão de diesel. Maior parte da multa da Bosch virá do lucro na venda de peças a carros envolvidos

Redação

24 de mai, 2019 · 3 minutos de leitura.

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Multa milionária será para cobrir danos causados por software fraudulento instalado em modelos da VW
Crédito:Foto: Lisi Niesner/Reuters
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Procuradores alemães multaram a companhia de autopeças e tecnologia Bosch em 90 milhões de euros (R$ 407 milhões). A razão é o papel desempenhado pela empresa no escândalo de emissões de diesel que atingiram a Volkswagen em 2015. O caso ficou conhecido como Dieselgate.

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Os procuradores disseram na quarta-feira, em Stuttgart, na Alemanha, que a companhia, formalmente chamada de Robert Bosch GmbH, foi multada por violação negligente das obrigações de supervisão. Falaram também que a empresa decidiu não recorrer da decisão.

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A Bosch entregou milhões de sistemas de controle de motor que foram instalados em várias carros desde 2008. O softwares, segundo os procuradores, “continham, em parte, estratégias proibidas”, levando os veículos a ‘enganarem’ os testes de emissões.

Com isso, eles emitiam mais óxido de nitrogênio do que o permitido por lei.

No entanto, os procuradores disseram acreditar que “a iniciativa de integrar e moldar as estratégias proibidas veio dos funcionários da fabricantes de carros (no caso, a Volkswagen).”


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Funcionários da Bosch ainda podem responder

Eles afirmaram que a multa não afeta as investigações criminais em andamento contra os funcionários da Bosch. A maior parte da multa, 88 milhões de euros (R$ 398 milhões), vem de lucros na venda das peças. Os 2 milhões de euros (R$ 9 milhões) restantes cobrem a própria contravenção.

Os procuradores disseram também que contaram com a total cooperação dos gerentes da Bosch com os investigadores desde 2015.


A Bosch também concordou com um acordo civil de US$ 327,5 milhões (R$ 1,325 bilhão) nos Estados Unidos por fornecer para veículos da Volkswagen, Audi e Porsche os softwares que permitiram burlar os testes de emissão de diesel.

O escândalo das emissões de diesel já custou à própria Volkswagen bilhões de euros.

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Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.