Carlos Cereijo
Leandro Alvares
O Rally Dakar, que começou no último domingo, é uma das principais vitrines do universo off-road para as fabricantes de carros, motos e caminhões exibirem seus produtos aventureiros. Mas não se deixe enganar: as máquinas que aceleram até o dia 16 por regiões de Chile e Argentina são bem distintas das comercializadas nas lojas.
Na categoria carros competem nomes conhecidos como o Volkswagen Touareg, BMW X3, Mitsubishi Lancer, Toyota Hilux, Nissan Frontier e Hummer H3, entre outros. Segundo o diretor da consultoria ADK Automotive, Paulo Roberto Garbossa, o principal objetivo das fábricas é a visibilidade. “O resultado da competição não importa no primeiro momento. Porém, boas colocações aumentam a exposição da marca”, explica.
Ele acrescenta que as montadoras escolhem as categorias do automobilismo para investimento conforme com a imagem que querem passar. “Se a marca busca reconhecimento pela alta tecnologia e velocidade, ela investe em campeonatos de turismo ou monopostos”, diz. Já as montadoras que têm o objetivo de mostrar robustez e confiabilidade devem escolher competições de longa duração e ralis como o Dakar, de acordo com Garbossa.
No entanto, é difícil medir o retorno do investimento em automobilismo. “A avaliação é subjetiva. Está mais ligada à construção da imagem da marca na mente do público”, destaca. O desenvolvimento de novas tecnologias dentro das competições é outra prioridade das fábricas. “Câmbios sequenciais, aerodinâmica, sistemas de injeção e turbo, são exemplos de recursos que foram aperfeiçoados no automobilismo”, diz o consultor.
Regulamento
Os carros que vemos no Dakar são bem diferentes de seus homônimos de rua. A razão disso são é o regulamento rígido em relação a desempenho, segurança e custos. No rali, há duas categorias para os automóveis. A principal é a T1, que abriga os protótipos mais rápidos. A T2 é para modelos de produção, mas ainda assim com adaptações.
Todos os carros de rali têm dois bancos do tipo concha, cintos de cinco pontos e estrutura tubular integrada ao chassi. Além disso, as suspensões e os motores são preparados. Para garantir maior segurança aos competidores, há sistema antichama e chave geral interna e externa. Os carros também só podem usar um motor e um câmbio durante toda a prova.
Volkswagen Touareg x Touareg RT3
O Race Touareg 3 (de cor azul) tem linhas inspiradas nas da segunda geração do utilitário Volkswagen (na cor prata), que chega ao País até o fim do ano. Na Rally Dakar, o modelo usa motor 2.5 turbodiesel, de 310 cv. A carenagem pesa só 50 kg, pois é de fibra de carbono, material que o carro de rua não tem. Piloto do Touareg na prova, Carlos Sainz diz que dirigir a versão de produção é uma experiência bem parecida. Será?