'Dinossauros' automotivos estão em fim de linha

Até 2014, a maioria das quase duas dezenas de "dinossauros" ? ou veteranos de sucesso, em uma leitura otimista ? deixará de ser oferecida nas concessionárias. Na lista, há desde a sessentona Kombi até os que completarão dez anos em dezembro, como o...

Por 15 de nov, 2011 · 5m de leitura.

RAFAELA BORGES

A “era jurássica” na indústria automotiva brasileira está prestes a chegar ao fim. Até 2014, a maioria das quase duas dezenas de “dinossauros” – ou veteranos de sucesso, em uma leitura otimista – deixará de ser oferecida nos show rooms das concessionárias. Na lista, há desde a sessentona Kombi até os que completarão dez anos em dezembro, como o Chevrolet Corsa.

A renovação já começou. No mês passado, após quase 15 anos de “batalha”, o Chevrolet Astra se aposentou. No lugar do três-volumes entrou o Cobalt, cujo projeto foi desenvolvido na Coreia do Sul. A vaga do hatch será ocupada em 2012 pelo também sul-coreano Sonic.


Da Fiat, após muitas reestilizações o velho Palio saiu de cena. Pela primeira vez em 15 anos o modelo mudou de geração – o nome consagrado foi mantido.

Um dos motivos para essa renovação é a legislação. Em 2014, todos os carros vendidos no País deverão ter air bags e freios ABS e passar por testes de colisão mais rigorosos. Há também o progresso econômico. Nosso mercado de veículos, que oscila entre a quarta e a sexta posição no ranking mundial, está se ampliando e tem grande potencial de crescimento.

Há marcas chegando aos montes, muitas vendendo importados modernos com preços competitivos. Algumas de alto luxo, como a BMW, devem instalar fábrica aqui, o que aumentará a oferta de modelos repletos de alta tecnologia.


Esse cenário obriga as fabricantes a se mexerem. Principalmente as mais antigas, caso de Chevrolet, Fiat, Ford e Volks. Anteriores às francesas, japonesas e sul-coreanas, entre outras, as veteranas têm mais “velhinhos” em suas linhas de produtos.

Há ainda um fator externo importante. Para reduzir custos e aumentar participação em países com mercado em crescimento, todas as montadoras colocam em prática estratégias que incluem o desenvolvimento de veículos globais.

Assim, carros como o VW Golf, que está na quarta geração no Brasil e na sexta na Europa, e Ford Ka, que é uma reestilização do hatch lançado aqui em 1999 bem diferente do europeu, deixarão de existir em breve. Eles ficarão em dia com seus equivalentes estrangeiros.


E por falar em VW, o Gol “velho” (G4), criado nos anos 80, vai, enfim, descansar. Para o seu lugar virá o moderninho Up!. A Ford, que tem Ka, Ranger e Fiesta em sua lista de dinossauros, promete renovar toda sua linha até 2015.