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Diretor de Jaguar e Land Rover fala de qualidade
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Diretor de Jaguar e Land Rover fala de qualidade

Em entrevista exclusiva ao JC, o engenheiro mecânico Mike Larner fala sobre o desafio de transformar a imagem de má qualidade que têm os veículos das marcas para qual ele trabalha. Os modelos da Jaguar sofrem mais com o preconceito

03 de out, 2011 · 4 minutos de leitura.

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 Diretor de Jaguar e Land Rover fala de qualidade

LUÍS FELIPE FIGUEIREDO

Liverpool, Inglaterra – O engenheiro mecânico Mike Larner, de 50 anos, está na Jaguar desde 1986 e em 2008 se tornou responsável por uma área delicada no grupo, que inclui a Land Rover: qualidade. Diretor desse departamento, sua missão é mudar a imagem, principalmente na Europa, de falta de qualidade dos carros das marcas, que pertencem à indiana Tata. A entrevista abaixo foi concedida durante o lançamento do Range Rover Evoque.

Qual a importância da qualidade em um jipe?
Principalmente para que ele não quebre (risos). Na verdade, é importante para que todas as funções de tecnologia operem corretamente. Se pegarmos um Range Rover ou um Jaguar XJ, esses recursos são muitos.

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Qual é o maior desafio hoje?
Mudar a percepção quanto à falta de qualidade dos nossos carros. Isso foi muito marcado no passado e demora muito tempo, talvez mais de uma década, para mudar.

Isso afeta ambas as marcas?
Mais a Jaguar.

A mudança de dono (da Ford para a Tata) ajuda no processo?
Isso não afeta muito. Boa parte do que implementamos atualmente em nossos produtos segue processos e métodos de melhorias que independem de quem é dono da empresa.


Fazer veículos com plataformas Ford (como o Jaguar X-Type, sobre a base do Mondeo) teve algo a ver com essa percepção do consumidor?
Não, aqueles eram bons carros. Mas confesso que talvez essa questão não tenha sido trabalhada da melhor forma.

A Tata pode aproveitar a experiência da Jaguar Land Rover para aprimorar seus produtos?
É uma boa ideia. No entanto, não há, ao menos atualmente, iniciativas como essa.

Há muita pressão para que sejam utilizados tecidos, fibras e produtos “ecológicos”, em vez de outros como aço ou plástico. Isso ajuda ou atrapalha na qualidade final?
É um desafio, porque nem sempre uma peça feita de determinado material atinge o mesmo nível que temos com um produto corrente. Por isso fazemos pesquisas intensamente.


Viagem feita a convite da Land Rover

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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.