Do jeito que Ferry Porsche queria

Depois de dois anos fora do mercado, as réplicas de Porsche da Chamonix voltam à cena. Andamos no primeiro modelo desse recomeço, o 356 Roadster, com motor central, algo que o carro original só teve no primeiro protótipo, de 1947

Por 24 de jul, 2011 · 4m de leitura.

Réplica recebeu acabamento cinza fosco, seguindo tendência atual, em peças externas e internas

Nícolas Borges

Após dois anos desativada por problemas econômicos, a marca Chamonix volta a fabricar suas bem feitas réplicas de Porsche com o 356 Roadster, que tem preço de R$ 85 mil. E, desta vez, com uma “inovação”: o modelo tem motor central, e não “pendurado” atrás, como no 356 da montadora alemã. A localização do propulsor adotada hoje só existiu no primeiro protótipo do esportivo, de 1947, idealizado por Ferry Porsche.

Além da posição, o próprio motor mudou. Na réplica antecessora, 356 Speedster, a força vinha de um VW 1.600 refrigerado a ar, tecnologia fiel à do carro original. O 356 Roadster, por sua vez, é impulsionado pelo bloco 2.0 usado nos Volkswagen Golf e Polo.


Motor 2.0 (de Golf e Polo) fica bem atrás dos ocupantes. Ronco lembra propulsor refrigerado a ar

No protótipo avaliado, o propulsor era só a gasolina, com 116 cv. Mas as unidades para os primeiros clientes já terão a versão flexível, de 120 cv. Se o engenho já deixa esperto o Polo, que pesa 1.153 kg, imagine o que ele faz com os 750 kg do Chamonix. Já o câmbio (também de Golf e Polo) tem de ser ajustado, pois os engates são imprecisos.

Firme, a suspensão agrada para a proposta esportiva do carro. Entretanto, a direção do Fusca deixa a desejar, com sua folga. Tubular de aço, de construção própria, o chassi está mais leve e rígido que antes, segundo informações da marca.

Botões dos vidros elétricos – de série – estão no novo console. Ar-condicionado será um dos opcionais

Nova fase
A marca Chamonix agora é acompanhada das palavras New Generation. Isso porque o fundador e ex-dono, Newton Masteguin, agora é só consultor técnico. Ele licenciou a marca para a empresa de restauração automotiva paulistana Amais, de Carlos Machado e Marcos Murano.


Tampa que cobria o motor agora serve para um pequenino porta-malas (Fotos: Sérgio Castro/AE)