Duelo de campeãs com motores flexíveis

Com 2.5 de 206 cv, S10 desafia Hilux 2.7 de 163 cv em briga de versões com câmbio manual e tração 4x4

Por 09 de nov, 2014 · 8m de leitura.
Com entre-eixos de 3,09 metros, picapes têm bom espaço interno e capacidade de carga de mais de 750

Líder de emplacamentos no País entre as picapes médias, a S10 chega à linha 2015 com boas novidades, como opção de tração 4×4 e motor 2.5 flexível de até 206 cv (o 2.4 de até 147 cv foi mantido). Na versão LT, que parte de R$ 92.400, a Chevrolet feita em São José dos Campos (SP) desafia a argentina Toyota Hilux, segunda em vendas, cuja opção STD, também 4×4 e com propulsor 2.7 de até 163 cv, é tabelada a R$ 94.950.

Assim como no ranking de licenciamentos, a S10 saiu vitoriosa. Mérito do projeto mais moderno ante o da rival, que até nas linhas se mostra “cansada”.


A vantagem da Chevrolet começa pela mecânica. Enquanto na Toyota o acionamento da tração é manual e feito por meio de uma alavanca difícil de manusear, o sistema da S10 é ativado por um botão ao lado da alavanca de câmbio – aliás, na transmissão a Hilux também fica atrás por ter cinco marchas.

O novo motor da Chevrolet gera até 27,3 mkgf com etanol, o que se traduz em melhores respostas principalmente em retomadas de velocidade. Pesa contra a suspensão muito mole, que faz com que a picape pule muito em pisos irregulares.

O modelo da Toyota dispõe de até 25 mkgf e oferece dirigibilidade mais parecida com a de um carro de passeio. Mas, para garantir um desempenho razoável, é preciso fazer trocas de marcha a todo momento. A Hilux tem acerto de suspensão mais firme que a concorrente, mas também é melhor para rodar em vias asfaltadas.


As duas picapes têm 3,09 metros de entre-eixos, o que garante bom espaço para os três passageiros do banco de trás. E por falar em cabine, a da Hilux tem estilo mais antigo e fica devendo em equipamentos.

Embora seja R$ 2.550 mais cara que a S10, não traz itens presentes na rival, como sistema multimídia com tela de 7 polegadas e rodas de liga leve de 16”. Em compensação, os materiais usados no acabamento aparentam ser de melhor qualidade.


A S10 tem ajustes elétricos do banco do motorista e de altura da coluna de direção – na Hilux as regulagens são manuais. Ainda assim, é mais fácil encontrar a melhor posição de guiar na Toyota – o motorista fica bem “encaixado” no assento.

Mas o fato é que a Toyota permanece praticamente igual desde 2005 – recebeu apenas reestilizações em 2009 e 2012. Isso transparece no painel de instrumentos simplório e analógico e no sistema de som, que tem ajustes pouco intuitivos.


O da Chevrolet é bem mais moderno e traz instrumentos redondos com molduras quadradas, como no Camaro. Seu sistema de entretenimento inclui tela sensível ao toque e é bem simples de operar.

Mercado. A falta de novidades após tantos anos parece não afetar muito as vendas da Hilux. Tanto que a Toyota chegou a ultrapassar a S10 em alguns meses de anos anteriores.

Neste ano, a argentina está com a vice-liderança garantida. A menos de dois meses para o fim de 2014, a Hilux tem mais de 34 mil unidades vendidas e está bem à frente da terceira colocada, a Ford Ranger, com cerca de 20 mil emplacamentos.


Por estar sempre se renovando, a S10 é líder desde 1996, um ano após seu lançamento. E com as recentes novidades, a atual geração, de 2012, ganhou fôlego para se manter firme na primeira posição – neste ano, foram vendidas 42.473 unidades. Os dados são da Fenabrave.

PRÓS E CONTRAS

S10


Motor

Com 206 cv, tem força de sobra em arrancadas e retomadas.

Suspensão


Por ser bem “mole”, modelo pula demais em trechos com piso ruim.

Hilux

Conforto


Banco permite que o motorista se “encaixe” e dirigibilidade agrada bastante.

Seguro

Embora tenha tabela próxima à da rival, apólice é 70% mais cara.


OPINIÃO

Preço é diferencial na hora da escolha

Entre os motivos para a S10 ser tão bem aceita pelo consumidor estão a boa relação custo-benefício, a fama de valentia e o fato de a Chevrolet sempre implementar alguma novidade em sua picape média. Com 12 configurações, há opções para todos os gostos e, principalmente, bolsos. A versão de cabine dupla mais em conta traz motor 2.4 flexível e parte de R$ 78.200. Da Hilux há 14 combinações possíveis – de chassi sem carroceria a cabine dupla, mas nenhuma com tabela menor que a da rival. A Toyota mais barata sai a R$ 91.300, tem cabine dupla, motor flexível e câmbio automático de quatro marchas. E, apesar de a S10 ter peças mais caras, o valor do seguro é um balde de água fria para quem deseja uma Hilux.