Michel Escanhola
Eles são o que os chineses têm de melhor no Brasil atualmente. O Chery Cielo Sedan chegou primeiro, em maio. Já o Lifan 620 acaba de desembarcar nas concessionárias. Mais do que a nacionalidade, os dois sedãs trazem muita coisa em comum, como o motor 1.6 a gasolina, ampla lista de equipamentos, preço atraente e acabamento ruim.
Nesse comparativo entre os sedãs chineses, o Lifan, que custa R$ 39.990, superou o modelo da Chery (R$ 42.900) por oferecer mais por menos. Afinal, a boa relação preço-equipamentos é o principal chamariz desses veículos. A vitória foi folgada, embora com 119 cv o Cielo Sedan ofereça desempenho bem melhor que o 620, com seus 106 cv.
O Lifan contra-ataca com maior espaço e equipamentos. Com vantagem de 27 cm no comprimento e 5 cm no entre-eixos, ele acomoda melhor cinco pessoas. O Cielo leva só quatro com conforto.
O Chery responde com o belo visual assinado pelo estúdio Pininfarina, enquanto o rival traz as linhas de estilo do antigo Toyota Corolla. Olhar para o Cielo é mais agradável do que para o 620, por dentro e por fora. Com estilo próprio, o Chery, entretanto, consegue ter acabamento pior que o do Lifan.
Bem abaixo da média dos carros nessa faixa de preço feitos no País, o padrão das peças de ambos é semelhante, mas no Lifan os componentes não apresentam (tanta) folga nos encaixes. Durante a avaliação do Cielo, o espelho de cortesia do lado do passageiro se soltou.
Mas o Lifan também teve lá seus deslizes. Ao engatar a marcha à ré é comum aparecer a mensagem “tel call” no visor do rádio sem que o seu celular tenha tocado. Outra: às vezes o ar-condicionado solta fumaça. Sem cheiro, é verdade. Isso tudo antes de o sedã completar 2mil km rodados.