O mercado brasileiro é pródigo em séries e edições especiais. O principal apelo é oferecer ao consumidor, por um preço menor, um conjunto de opcionais normalmente limitado a uma versão mais cara do modelo. Mas às vezes a marca tem um gancho específico. Pode ser o aniversário de carreira do modelo ou mesmo uma série para marcar sua despedida. Jogos olímpicos e Copas também servem de mote. E às vezes a inspiração pode vir do mundo da música.
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O exemplo mais marcante foi o Gol Rolling Stones. A série foi criada pela Volkswagen em 1995. Naquele ano, a já veterana banda britânica desembarcava no Brasil pela primeira vez. O show era parte da turnê Voodoo Lounge, que teve shows nos estádios do Morumbi (SP) e Maracanã (RJ).
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A comoção, justificável para fãs que haviam esperado pela oportunidade por três décadas, deu visibilidade à série especial do hatch, baseada na versão CL. As mudanças se limitaram a alguns adesivos. Não havia novidades na parte mecânica, que trazia motor 1.6 e câmbio de cinco marchas.
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Em 2005, a Ford se inspirou não em uma banda específica, mas no formato de arquivo que catapultou o consumo de música em meio digital. Nascia ali o Ka MP3, que tinha opções com motor 1.0 e 1.6 – além, é claro, de um sistema de som capaz de ler arquivos MP3.
Festivais de música também deram pano para manga nesse quesito. O Rock in Rio rendeu várias edições especiais dentro da Volkswagen. A montadora, que patrocinou edições do evento, criou séries alusivas para o Gol e o Fox em 2011. Depois, repetiria a dose em 2013 e 2015.
Edições especiais nem sempre eram vantajosas
Embora o maior chamariz da edição especial costume ser a oferta de equipamentos por um preço atrativo, no caso das “séries musicais” essa premissa nem sempre se confirmava. O Gol Rock in Rio 2015 era um exemplo.
Baseada na versão Comfortline 1.0, que ainda trazia o velho motor de quatro cilindros e 76 cv, a série oferecia ar-condicionado, som com Bluetooth, rodas de 15″, sensor de obstáculos traseiro, volante revestido de couro e pedais com capa de alumínio. Mas custava mais caro que um Fox Comfortline com motor 1.6.
O caso do Onix Lollapalooza era parecido. A série especial do hatch compacto foi lançada pela Chevrolet, maior patrocinadora da versão brasileira do festival musical, em 2014. O objetivo era claro: reforçar a presença do modelo, que estava em seu segundo ano cheio no mercado, junto ao público jovem.
O visual tinha detalhes em laranja em painel, tapetes e costuras dos bancos, além de adesivos externos. O motor era o 1.0 flexível de 80 cv (que equipa o carro até hoje!) e o conteúdo de equipamentos era idêntico ao da versão LT: ar-condicionado, direção hidráulica, rodas de liga leve e central multimídia MyLink.
Graças à personalização, porém, o preço da edição Lollapalooza chegava a ser maior que o de algumas configurações do Onix com motor 1.4.