Rafaela Borges
Esta é a terceira vez em pouco mais de dois anos que CR-V e RAV4 se enfrentam em comparativo promovido pelo Jornal do Carro. Em fevereiro de 2011, levou a melhor o Toyota feito no Japão. Há um ano, após passar por grandes transformações, o Honda mexicano pediu revanche e triunfou. Agora, quem chama para o duelo é o nipônico, que mudou de geração. E, na disputa mais equilibrada das três, foi o desafiante que venceu.
O RAV4 se sobressaiu ao CR-V por apenas um ponto, conseguindo desiquilibrar o páreo por causa do preço inferior de suas peças de reposição e pelo desenho externo mais envolvente. O Honda reage no quesito itens de série.
A lista é semelhante, mas o sistema de auxílio ao estacionamento do CR-V é mais preciso que o do RAV4, além de oferecer projeção de imagens traseiras na pequena câmera de 5 polegadas que fica no painel central, detalhe que faz a diferença em carros desse porte.
Os preços também são semelhantes. Apesar de ser trazido do México e, portanto, não recolher 35% de imposto de importação – diferentemente do RAV4 -, o CR-V custa R$ 98.900 na versão avaliada, LX 4×2.
O Toyota 4×2 tem tabela de R$ 96.900. Nos dois, o motor é 2.0 e, neste quesito, o Honda leva vantagem, pois só ele é flexível – algo considerado primordial por consumidores brasileiros, segundo a maioria das fabricantes de veículos. Com etanol, ele gera até 155 cv, ante os 145 cv do RAV4 a gasolina.
Rodando, no entanto, é o japonês que leva pequena vantagem. Por ter torque semelhante atingido em rotação mais baixa – 3.600 rpm, ante 4.800 rpm do CR-V -, o RAV4 é um pouco mais ágil no trânsito urbano, pois é mais eficiente em retomadas. Quando muito exigidos, porém, os dois motores sofrem e oferecem respostas pouco satisfatórias, principalmente em subidas íngremes. O fato é que são insuficientes para carros de quase 1,5 tonelada.
Transmissões trazem eficiência
Os dois modelos têm câmbios que dispensam o pedal de embreagem. O do CR-V é automático de cinco marchas. No RAV4, há um continuamente variável, com relações infinitas, mas que simula sete velocidades no modo manual de condução – item também oferecido no rival.
A lógica diria que o câmbio do CR-V aproveita melhor o motor para aprimorar o desempenho, mas na prática as duas transmissões fazem este papel de maneira semelhante. A do Toyota, tradicionalmente voltada ao conforto, não compromete a agilidade do carro e é desprovida de trancos nas mudanças de marcha.
Os concorrentes também são parecidos no ruído que seus motores projetam na cabine, quase inexistente em velocidade constante e acelerações leves. No entanto, em pisos bem irregulares e lombadas, por exemplo, a tampa do estepe do Toyota bate e faz um barulho incômodo.
Quanto à ergonomia, os dois pecam pelo ajuste lombar do banco por alavanca. O do CR-V é mais fácil de manusear. Porém, é fácil achar a posição ideal de guiar em ambos, que trazem ajustes de altura e profundidade para o volante.
De série, RAV4 e CR-V trazem dois air bags, freios ABS, sistema de som com entrada USB e comandos no volante e ar-condicionado, entre outros. O programa eletrônico de estabilidade (ESP) só é oferecido nas versões mais caras de ambos. É um sistema que faz a diferença em carros altos, cujas carroceria rolam bastante em curvas.
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