Pedágio eletrônico Free Flow
CCR RioSP/Divulgação

Em um mês, 12 mil passaram sem pagar 1º pedágio Free Flow de SP

Evasão impacta receita da concessionária EcoNoroeste e levanta debate sobre a adaptação dos motoristas ao sistema de pedágio sem cancelas

Por Henrique Mendonça 18 de nov, 2024 · 6m de leitura.

No primeiro mês de operação do pedágio eletrônico Free Flow em Itápolis, interior de São Paulo, aproximadamente 12 mil motoristas não pagaram a tarifa de R$ 8,90 na Rodovia Laurentino Mascari. Com isso, a evasão de 8,4% no período impactou a receita da concessionária EcoNoroeste em 7%. E revelou que a adaptação ao novo sistema ainda enfrenta desafios.

A tecnologia, que elimina as tradicionais cabines e cancelas de pedágio foi projetada para reduzir filas e melhorar o fluxo. Entretanto, a adesão inicial tem sido marcada por falta de familiaridade dos motoristas e dificuldades no pagamento.

Pedágio eletrônico receberá ajustes

O sistema de pedágio Free Flow funciona por meio de câmeras e leitores de radiofrequência que identificam as placas dos veículos ao passarem por pórticos na estrada. Essa leitura automática registra a passagem, bem como o horário exato, e gera uma cobrança digital enviada ao proprietário do veículo, sem a necessidade de paradas.


Motoristas que utilizam tags de pagamento continuam a ser cobrados de maneira automática, como nos pedágios convencionais. Já os veículos sem tag podem quitar a tarifa pelo site ou aplicativo da concessionária, via WhatsApp, com Pix ou cartão de crédito. Porém, apesar das várias alternativas, o índice de evasão evidencia a necessidade de ajustes.

De acordo com Adrualdo Catão, secretário da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), a nova resolução da pasta, de 14 de outubro, traz importantes mudanças. Entre elas, o aumento do prazo para pagamento das tarifas, de 15 para 30 dias. Segundo Catão, “o sistema já estava em ‘sandbox regulatório’ e mostrou a existência de alguns problemas na antiga resolução que levavam a uma evasão muito alta. Assim, buscamos priorizar os pontos e dar ao cidadão mais transparência e governança sobre as passagens”, resume.

Pedágio eletrônico Free Flow
CCR RioSP/Divulgação

Sinalização do pedágio Free Flow vai mudar

Outro ponto da resolução Nº 1.013 é padronizar a sinalização para tornar mais claro ao usuário que está adentrando uma área de pedágio eletrônico. Catão afirma que a resolução exige um nível de sinalização mais forte do que o modelo anterior, com a criação de um pictograma específico para o pedágio eletrônico. “Criamos uma sinalização que deixa claro que o cidadão está numa faixa de pedágio não tradicional, onde não é preciso parar ou reduzir a velocidade”, destacou o secretário do Senatran.

Além de padronizar a sinalização e o prazo de pagamento, o Senatran trabalha em uma integração sistemática que deve ocorrer após a divulgação de uma nova portaria, prevista para dezembro. O secretário afirmou ao Jornal do Carro que as novas diretrizes irão estabelecer requisitos técnicos para a implantação de pedágios eletrônicos. Assim como o prazo para que as empresas se adequem à nova resolução. Todas devem acatar as diretrizes até o 1° semestre de 2025.

Festas de fim de ano devem elevar evasões

Com o início da alta temporada, que impulsiona as viagens nas estradas brasileiras, o número de veículos que trafegam pelas rodovias deve aumentar. E isso pode resultar em um número maior de evasões, especialmente entre motoristas que ainda desconhecem as formas de pagamento digital. Ou que não estão habituados ao pedágio eletrônico.


Para isso, concessionárias e órgãos reguladores trabalham para intensificar a divulgação das orientações sobre o sistema. “A ideia é ampliar ao máximo de pontos onde o cidadão possa ver suas passagens”, pontua Catão. O secretário cita a integração dos dados ao aplicativo da Carteira Digital de Trânsito (CDT) e ao portal da Senatran, para facilitar o acesso à informação sobre as passagens e evitar mal-entendidos.

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