MILENE RIOS
Até a estreia do Duster, o EcoSport nadava de braçada em um segmento que a Ford “inventou” no Brasil em 2003: de utilitários-esportivos compactos nacionais. O chamariz era ser aventureiro, apelo que a Fiat lançou em 1999 com a perua Palio Adventure, e de porte – leia-se: alto.
A favor do Ford pesava também o fato de ser feito no Brasil, na planta de Camaçari (BA), e reivindicar o título de 4×4 mais barato do mercado nacional, que ostentou por oito anos.
Mas a festa pode estar com os dias contados. O Duster traz a mesma receita com duas cerejas extras: é maior e custa menos. A novidade tem entre-eixos 18 cm mais longo e tabela inicial R$ 2,5 mil abaixo da do rival.
As dimensões do Renault são muito próximas às do Tucson, que tem 2,63 metros entre os eixos e 4,32 metro de comprimento. Ou seja, o Hyundai é só 1 cm maior que o Renault.
O carro da marca sul-coreana, que é feito em Goiás desde 2010, parte de R$ 64 mil. Outra desvantagem é o peso da idade.
O Tucson está no País há seis anos sem receber uma única reestilização. E nem receberá, já que o único lugar do mundo onde ele continua sendo produzido é o Brasil e o iX35 será nacionalizado até 2013.
Mal acostumado
Logo na estreia o EcoSport ficou na vice-liderança de vendas entre os comerciais leves, atrás da picape Fiat Strada, segundo dados da Fenabrave, que reúne as associações das concessionárias. Na época o ranking colocava no mesmo balaio picapes, furgões e utilitários-esportivos.
No ano seguinte o Ford assumiu a ponta e ficou na liderança até 2007, quando o ranking foi desmembrado. Até setembro deste ano, foram emplacadas mais de 30,7 mil Ford. O Tucson está em terceiro e soma menos da metade: 12.900 exemplares.