Diego Ortiz
Popularizados após a Segunda Guerra Mundial, os jipes caíram no gosto dos consumidores por causa de sua versatilidade. Mas, além desses modelos, que são derivados do Jeep Bantan BRC, outros veículos criados ao longo das décadas seguintes têm capacidade para enfrentar desafios off-road com desenvoltura. É o caso de picapes, utilitários-esportivos e crossovers.
As picapes se caracterizam por ter cabine separada da caçamba, que geralmente é formada por longarinas para permitir a flexão do chassi ao transportar muito peso. Originalmente, eram feitas para o trabalho, mas se transformaram em “carros de passeio” e são vistas por muitos consumidores como um símbolo de status por causa do tamanhão.
Outra variação são as picapes derivadas de automóveis. Esse segmento foi inaugurado no Brasil com a Fiat 147 Pick-up, em 1978, e desde então quase todas as famílias de produtos de grande volume têm uma. Não são feitas a partir de longarinas e acompanham o mesmo esquema de carroceria dos carros dos quais derivam.
A maioria dos utilitários-esportivos, por sua vez, são versões “fechadas” de picapes. Chevrolet Blazer e o Toyota Hilux SW4 são bons exemplos. Em geral, têm comportamento dinâmico próximo ao das picapes, pois possuem suspensão e chassis similares.
Porém, são mais luxuosos e podem levar de cinco a sete pessoas. Grande parte desses modelos traz tração 4×4 e os que apresentam melhor dirigibilidade são feitos sobre monobloco, o que permite aumentar o conforto ao rodar. “Monobloco pega curso alto de roda, torce muito a carroceria e sofre fadiga quando muito exigido”, explica o professor de engenharia automobilística da FEI, Carlos Rodrigues. “Para off-road pesado ou levar muito peso, o ideal são os veículos com longarina.”
Segundo engenheiros especializados, crossover é um veículo fabricado sobre a base de um carro de passeio com adaptações para ter características off-road. Suas principais vantagens em relação aos utilitários-esportivos são o menor peso, que resulta em economia de combustível, e as dimensões reduzidas, que facilitam a tarefa de trafegar na cidade.
A maioria das montadoras qualifica esses modelos – cujos exemplos vão do Ford EcoSport ao Porsche Cayenne – como utilitários. Para ser considerado um crossover, o veículo deve ter características de dois segmentos distintos, como é o caso do Dodge Journey.
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