Entrevista: Alfredo Guedes, da Honda

O engenheiro mecânico Alfredo Guedes, supervisor de relações institucionais da fabricante, fala sobre a nona geração do Civic, que começa a ser vindida no País em janeiro. O sedã vice-líder do segmento no Brasil recebeu várias modificações

Por 29 de nov, 2011 · 5m de leitura.

LUÍS FELIPE FIGUEIREDO

Com atraso de dois meses (o tsunami que atingiu o Japão no início do ano causou o adiamento), a Honda apresentou a nona geração do Civic, que começa a ser vendida no País em janeiro. O sedã vice-líder do segmento no Brasil recebeu várias modificações: mecânicas – entre elas, uma inusitada redução no entre-eixos -, nos equipamentos e no visual. O engenheiro mecânico Alfredo Guedes, supervisor de relações institucionais da fabricante, fala das mudanças.

Por que o entre-eixos do Civic diminuiu?
Para ganhar agilidade em manobras rápidas. Os movimentos em curvas melhoraram. As suspensões também foram trabalhadas para filtrar melhor a aspereza. E Há um novo subchassi.


A redução no entre-eixos não afetou o espaço interno?
Para mantê-lo, avançamos o painel “corta-fogo”, que separa o cofre do motor do habitáculo, em direção à dianteira do carro. Por isso ele ficou inclusive um pouco mais comprido (1,6 centímetro).

Foi essa a razão de ele perder o pedal pivotado no assoalho (uma característica “esportiva” do modelo)?
Não, na verdade foi necessário fazer a troca (e adotar o pedal suspenso) porque o console central é mais largo e não havia espaço para mantê-lo no assoalho.

Nos Estados Unidos essa geração do Civic tem sido criticada por causa do que os americanos consideram “pobreza” de acabamento. Ele deverá mudar já em 2013 por causa disso. Em que o modelo brasileiro é diferente do americano?
Não há muita diferença no projeto, mas a noção e conforto do americano é diferente da nossa. Aqui o Civic é “premium”. Lá, é de entrada, mas o consumidor tem outras exigências. Mesmo assim, o modelo brasileiro tem aspectos específicos, como o desenho dos para-choques, grade dianteira e tampa do porta-malas.


A versão Si vai voltar?
A princípio ela é inviável para o Brasil, porque o motor mudou. Era um 2.0, agora é um 2.4. E como aqui a taxa de imposto é diferenciada por cilindrada e mais alta para os acima de 2 litros, ele ficaria muito caro.

Não seria possível manter o motor 2.0 em produção aqui no País?
Não. Era um propulsor de preparação muito diferente da que equipa o CR-V, por exemplo, com outro tipo de tecnologia. Não poderíamos fazê-lo aqui.