Entrevista: Antonio Baltar, da Ford

Antonio Baltar é responsável pelo Ford Fusion na América do Norte. Na semana passada, durante a apresentação da segunda geração do sedã, nos EUA, o pernambucano falou sobre o novo modelo, que chega ao País até setembro deste ano.

Por 16 de jan, 2012 · 4m de leitura.

RAFAELA BORGES

Detroit (EUA) – Antonio Baltar é o responsável pelo Ford Fusion na América do Norte. Na semana passada, durante a apresentação da segunda geração do sedã, nos EUA, o pernambucano falou sobre o novo modelo, que chega ao País até setembro deste ano.

Quais são as novidades do Fusion mostrado em Detroit?
Ele tem tecnologias que só encontramos em modelos mais caros. Uma delas é o Lane Assist, sistema que envia sinais sonoros e vibratórios ao motorista se perceber que, por algum motivo, como sonolência, ele está deixando o carro sair da pista de rolagem. Há também o auxílio às manobras de estacionamento.


E quanto aos motores?
Há duas opções do Ecoboost (que reúne injeção direta de gasolina e turbo), de 1,6 e 2 litros. Vamos manter o 2.5 aspirado anterior (para o Brasil vêm o 2.0 e o 2.5). Há também as versões híbridas, uma com sistema plug in (a bateria pode ser recarregada na tomada).

Quando o Fusion irá ao Brasil?
O lançamento será simultâneo com os Estados Unidos, o que coloca o Brasil em uma posição privilegiada. Na Europa e na China (onde o sedã vai se chamar Mondeo), as vendas começam depois.

O Brasil participou do desenvolvimento do novo Fusion?
Vários engenheiros brasileiros vieram para os EUA e alguns pedidos da América Latina foram atendidos nesta nova geração. Um exemplo é o vidro com função um toque, que não é prioridade nos EUA e não existia no carro. A participação dos brasileiros vai facilitar a calibração da suspensão e a adaptação dos motores ao tipo de gasolina vendida no País.


Quais são as vantagens dessa globalização?
Uma das principais é a economia. Em vez de investir US$ 2 bilhões para desenvolver dois veículos distintos da mesma categoria, podemos gastar US$ 3 bilhões em um único produto, que tem padrão bem melhor.

Essa economia vai além do desenvolvimento de produto?
Sim, ela atinge todas as áreas da Ford. Por exemplo: na geração anterior, o Focus era diferente em países diferentes. A área de marketing teve de fazer 100 filmes e mais de 2 mil. Nesta geração, que é global, foram quatro filmes e 50 fotos. Só isso significou uma economia de US$ 20 milhões.

Viagem feita a convite da Anfavea