TEXTO: LUÍS FELIPE FIGUEIREDO
Na função de “desenhista líder” do Jeep Studio, Gregory Howell, de apenas 34 anos, está no grupo Chrysler desde que se formou, há doze anos. Ele assina vários carros-conceito e o interior de modelos como o Grand Cherokee. Membro de uma típica “família de Detroit” – o avô trabalhou na linha de montagem da GM, seu pai é engenheiro e o irmão é mecânico -, o designer veio ao País para o lançamento dos novos Compass e Wrangler e concedeu a entrevista abaixo.
É fácil criar um estilo quando se trabalha com símbolos marcantes como o da Jeep (sete retângulos na grade dianteira)?
De certa forma, sim. É como uma fundação, o alicerce de um prédio. Tudo gira em torno daquilo. Por outro lado, é algo que tem de estar sempre lá. Mas dá segurança, o desenho é reconhecido.
No desenho, o público ainda deseja “músculos” ou está interessado em linhas sutis?
Isso está ficando específico. No nosso caso, os “músculos” estão na Dodge. Na Jeep o desenho tem linhas marcantes, porém mais modernas, não tão fortes.
Um veículo semelhante ao Land Rover Range Rover Evoque seria aplicável à Jeep?
Não. Ele não tem a ver com nossa proposta. Usaremos novas linguagens de desenho – e não temos medo disso -, mas não tão distante de nossas raízes.
É difícil trabalhar com a Fiat (dona do Grupo Chrysler)?
Não. É uma ótima parceira.
O desenho poderia ser trazido da Fiat?
Não sei se foi intencional, mas ocorre o contrário. Alguns Fiat usam elementos típicos da Jeep. Vocês têm aqui uma picape pequena (Strada) que traz apliques que dão às caixas de roda o aspecto trapezoidal. Outros elementos já foram mencionados por nossos clientes, como os estribos.
Quais carros você tem?
Um Wrangler Rubicon (versão radical, para off-road), uma picape GMC que tenho desde os 16 anos e um Mazda RX-8. Quando mudei para minha nova casa, a principal preocupação foi a garagem…
Você viu o anúncio da Chrysler com o Clint Eastwood (na final do Super Bowl e considerada uma das melhores do ano)?
Foi emocionante. Muitas coisas aconteceram, mas nós continuamos aqui. E conseguimos pagar nossa dívida! Quando a propaganda foi veiculada, as pessoas telefonavam para as outras, chorando, comentando. Foi demais…