Carlos Cereijo
Tóquio – O presidente mundial da Mitsubishi, Osamu Masuko, está na empresa desde abril de 1972. Nesta entrevista concedida ao JC na sede da fabricante, no Japão, o executivo fala sobre o mercado automobilístico global após a crise financeira de 2008, as perspectivas para a marca no Brasil, carros elétricos e híbridos da Mitsubishi e o futuro modelo compacto mundial da marca, que chega em 2012.
Com os efeitos da crise diminuindo, qual é a estratégia para aumentar as vendas?
Depois da crise, o mapa mundial do mercado de automóveis mudou bastante. Japão e Estados Unidos ainda amargam vendas baixas. Por outro lado, Brasil e China estão batendo recordes, Atualmente, esses dois mercados têm mais importância. E não apenas para a Mitsubishi, mas para todas as fabricantes de automóveis.
Como a Mitsubishi vê o Brasil?
Por ter bastante recursos naturais e uma população grande, o Brasil tem muito dinamismo. É hoje o quinto maior mercado automotivo do mundo, mas logo vai se consolidar como quarto (ultrapassando a Alemanha).
A Mitsubishi vai vender carros pequenos no Brasil?
No final do ano que vem fica pronta na Tailândia a fábrica para o carro global da Mitsubishi. Ele será barato, compacto e com baixo consumo graças a seu motor de 1,2 litro. Começa ser vendido em 2012 nos mercados da Ásia, Europa, Oceania e Oriente Médio. Uma outra fábrica será construída na Rússia. No futuro vamos definir outros mercados para esse modelo.
A marca vai lançar carros ecológicos no mercado brasileiro?
Primeiramente, veículos flexíveis são muito importantes no Brasil. Essa tecnologia é amiga do meio ambiente. No Japão, a Mitsubishi já vende carros elétricos e, em 2011, vamos começar a oferecê-los nos EUA e na Europa. Temos intenção de comercializar modelos elétricos no mercado brasileiro, mas precisamos definir a viabilidade e o melhor momento para fazer isso. Já estamos desenvolvendo um veículo híbrido do tipo plug-in (recarregável em tomada convencional) que estará no mercado mundial em 2013. Esse tipo de carro demanda planejamento em estrutura para poder ser carregado. Portanto, é outro caso que precisa de estudo para ser lançado no Brasil.
Como o senhor avalia a entrada das marcas chinesas no mercado brasileiro? Seu crescimento acelerado é uma ameaça para a Mitsubishi?
O mercado chinês é o maior do mundo. Então, as marcas chinesas têm uma demanda grande do mercado interno, daí vem seu crescimento. No Brasil é diferente. A Mitsubishi tem mais história lá. Os nossos produtos têm qualidade. Confiamos nisso.
Viagem feita a convite da Mitsubishi