LUÍS FELIPE FIGUEIREDO
O Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular, pelo qual os automóveis trazem etiquetas indicando o consumo de combustível, teve sua terceira fase divulgada ontem pelo Instituto Nacional de Metrologia e Normalização (Inmetro), durante o Salão do Automóvel. A iniciativa, que inclui 104 veículos (há mais de uma versão para um mesmo modelo), deve permanecer voluntária – só participa a fabricante que quiser.
No lançamento da primeira etapa do programa, em 2008, foi anunciado que, caso a adesão das fábricas fosse pequena, a iniciativa poderia se tornar compulsória. “A tendência é que na próxima etapa, no ano que vem, tenhamos adesão de todas as empresas com fábrica no País”, afirma o coordenador do programa, Marcos Borges, do Inmetro. “Será um movimento natural. Não será necessário torná-lo obrigatório”, diz. Para a Anfavea, entidade que reúne as fabricantes de veículos do País, manter o programa como voluntário é mais “democrático” do que torná-lo obrigatório.
Nessa terceira fase houve mudanças entre as marcas. A Honda, que esteve nas duas edições anteriores, não participou dessa. Em seu lugar entrou a Ford, que já incluiu o Fusion Hybrid, versão híbrida (equipada com motores a combustão e elétrico). Dos modelos grandes, o sedã mexicano recebeu classificação A, de melhor aproveitamento energético.
Outra novidade é o Renault Fluence (também com classificação A), modelo que chega em fevereiro para substituir o Mégane. A tabela completa está no site do Inmetro www.inmetro.gov.br).
Conforme o órgão, houve melhora geral de 3% no consumo de combustível dos veículos aferidos. As categorias de sub-compactos e compactos apresentaram as maiores melhoras, de 2,9% e 3,6%, respectivamente. No geral, 14 modelos que estiveram no levantamento do ano passado obtiveram melhor posição na divulgada ontem. “Isso significa que as fabricantes estão aprimorando a tecnologia”, afirma Borges.
A próxima fase do programa será divulgada no fim de 2011 e valerá para o ano seguinte. As fábricas têm até 31 de agosto para apresentar seus dados. Há a proposta de incluir na etiqueta informações sobre emissões de gás carbônico (CO2), a chamada Nota Verde do Ibama – diretamente ligada ao consumo. Quanto mais combustível o carro gasta, mais polui.