Exclusivo: DCross prova que Duster pode ser melhor

Por 14 de abr, 2013 · 4m de leitura.

Leandro Alvares

Por mais que os executivos da Renault digam que a nova geração do EcoSport não ofuscou o Duster, não dá para negar os números: o Ford está na frente em vendas. De janeiro a março, o placar foi de 15.186 a 7.209 a favor do modelo feito na Bahia.

É claro que a paralisação da fábrica de São José dos Pinhais (PR), de dezembro a fevereiro, para obras de ampliação, limitou o desempenho do Duster. Mas, ainda assim, é notório que o Renault precisa de atualizações. E a inspiração pode vir de “casa”.


Você se lembra do DCross? O protótipo das fotos à direita, que avaliamos com exclusividade, foi exibido no Salão do Automóvel, em outubro. Feito sobre a base da versão Dynamique 2.0 4WD flexível do Duster, que tem preço sugerido de R$ 64.590, o carro-conceito tem visual robusto e agressivo. Mas há componentes que cairiam muito bem no jipinho feito em série.

O volante, por exemplo, que é semelhante ao do sedã Fluence, tem empunhadura e acabamento melhores que o do Duster. A manopla da alavanca de câmbio, mais volumosa, também poderia ser aproveitada, assim como a iluminação esverdeada (a do jipe “normal” é laranja) e os grafismos dos mostradores.

O estepe sobre o teto do carro ficou interessante, mas é pouco prático no dia a dia, assim como os pneus muito largos, que ficam para fora das caixas de roda, dificultando as manobras e prejudicando a agilidade do modelo.


Já os faróis com LEDs e as suspensões reforçadas seriam bem-vindos. Outras boas soluções do DCross, que levou sete meses para ficar pronto e consumiu cerca de R$ 800 mil, são os retrovisores largos e a forração preta do teto. Ponto para o botão de ajuste dos retrovisores, que fica na porta e não sob a alavanca do freio de estacionamento, como no jipinho de série.

Sobre o desempenho, não há novidades. Os 142 cv do motor 2.0 são satisfatórios, mas a relação curta do câmbio de seis marchas, que exige trocas constantes, cansa o motorista na cidade.