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Executivos da Ford argentina são condenados por crimes da ditadura
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Executivos da Ford argentina são condenados por crimes da ditadura

Pedro Muller e Hector Sibilla foram acusados de crimes contra a humanidade enquanto estiveram no comando da marca na Argentina durante ditadura no país; Ford diz não ter envolvimento

Redação

13 de dez, 2018 · 3 minutos de leitura.

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Hector Sibilla foi um dos executivos condenados na Argentina
Crédito:Foto: Bernardino Avila/Reuters
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Dois ex-executivos da Ford da Argentina foram condenados esta semana por tortura. Os dois foram acusados de compactuar com atos de tortura dentro das instalações da marca no país durante o ditadura nos anos 1970. O processo pode envolver ainda a sede da marca nos Estados Unidos.

Pedro Muller e Hector Sibilla foram acusados de crimes contra a humanidade enquanto estiveram no comando da marca na Argentina. É a primeira condenação do tipo no país.

O processo diz que 24 empregados da Ford foram sequestrados e torturados na fábrica da marca nos arredores de Buenos Aires em 1976, ainda durante a ditadura militar do país. Muller recebeu sentença de 10 anos na prisão, enquanto Sibilla ficará 12 anos detido.

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Os dois ainda forneceram fotos, endereços residenciais e outros dados pessoais para agentes da ditadura, facilitando que fossem encontrados. Os executivos também permitiram que um centro de detenção fosse instalado dentro da fábrica. Nele, os funcionários detidos eram interrogados.

Segundo o advogado da vítima, Tomas Ojea Quintana, em entrevista à Reuters, os empregados eram “algemados, espancados e cobertos, para que não vissem quem os interrogava”.

Famílias de outras vítimas da ditadura deram as mãos e seguravam fotos de parentes mortos no periodo quando a sentença foi divulgada. A Ford argentina divulgou nota afirmando que não tem relações com os atos promovidos pela ditadura.


Justiça americana

Quanto a levar o caso para a corte americana, o professor de direito da Universidade de Cornell, Kevin Clermont, acredita haver dificuldades. A justiça dos Estados Unidos não costuma atender a processos de crimes com mais de seis anos.

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