Você está lendo...
F-1: confira as últimas 10 decisões de título
Notícias

F-1: confira as últimas 10 decisões de título

De 2004 a 2013, categoria teve várias disputas até a última prova e seis campeões diferentes

24 de nov, 2014 · 19 minutos de leitura.

Publicidade

 F-1: confira as últimas 10 decisões de título
A partir do alto (sentido horário): Alonso (2005), Vettel (2013), Hamilton (2008), Schumacher (2004)

A Fórmula 1 é acusada por muitos de seus fãs – e ex-fãs – de estar ficando cada vez mais chata. A acusação é até válida diante da crescente onda de punições, que fazem os pilotos terem certo receio de efetuar belas e arriscadas ultrapassagens – embora elas estejam sendo mais frequentes, mesmo que sem muito brilho, graças à asa móvel. Ou ao se considerar as regras que limitam o desenvolvimento de soluções criativas para os carros. Mas, quando o assunto é decisão de título, a categoria vem atravessando uma de suas melhores épocas.

É certo que, antes do domínio da Mercedes neste ano, houve quatro títulos seguidos de Sebastian Vettel e a Red Bull. Porém, não dá para dizer que todos foram previsíveis. Dois foram decididos na última corrida e, em 2012, o alemão teve de sair das últimas posições para conquistar o campeonato ao final da prova.

Publicidade


Também na última corrida foram decididos os campeonatos de 2007 e 2008. Em 2005, 2006 e 2009, embora a Fórmula 1 tenha chegado à sua prova derradeira já conhecendo o campeão, a disputa se estendeu por quase todo o campeonato.

Recorde, portanto, como foi a decisão dos dez últimos títulos da Fórmula 1. Foram seis campeões diferentes, apesar do tetracampeonato de Vettel.


2004 – MICHAEL SCHUMACHER/FERRARI

Entre o primeiro e o último dos sete títulos de Schumacher, foram dez temporadas. E conquista derradeira do recordista alemão foi decidida com uma facilidade que não se veria nos campeonatos seguintes. Em 2004, Schumacher somou 13 vitórias, recorde difícil de ser quebrado – no ano passado, Sebastian Vettel igualou o número. Era tamanha a superioridade da Ferrari que a equipe ficou com o primeiro lugar em 15 das 18 corridas. Rubens Barrichello levou duas. Com este número, é fácil de se imaginar que o brasileiro, vice-campeão naquele ano, em nenhum momento foi páreo para o companheiro de equipe. Schumacher garantiu a conquista no Grande Prêmio da Bélgica, em agosto, quatro provas antes do encerramento da temporada. Ironicamente, não foi campeão vencendo a prova; ficou na segunda posição em corrida conquistada por Kimi Raikkonen, da McLaren.


2005 – FERNANDO ALONSO/RENAULT

O primeiro título do espanhol, que conquistou seis vitórias na temporada, foi fácil, mas nem tanto quanto o de Schumacher em 2004. Bastou um terceiro lugar para que Alonso garantisse sua taça de campeão no GP do Brasil, em setembro, a duas corridas do fim da temporada. Mesmo com Kimi Raikkonen (McLaren), seu principal adversário e vice-campeão naquele ano, na segunda colocação. O GP, que teve Alonso na pole, foi vencido por Juan Pablo Montoya (Williams).


2006 – FERNANDO ALONSO/RENAULT

Alonso teve de suar bem mais para garantir seu segundo – e, até agora, último – título, que disputou com Michael Schumacher. A conquista veio apenas na corrida final, o Grande Prêmio do Brasil, realizado em 22 de outubro. O espanhol precisava somar um ponto, caso Schumacher vencesse. E somou oito, com uma segunda colocação – em corrida vencida por Felipe Massa, que naquela temporada passou a ocupar na Ferrari o lugar que até então era de Barrichello. Detalhe: o alemão não ganhou a corrida em Interlagos; foi apenas quarto colocado em uma impressionante prova de recuperação. Em um ano extremamente equilibrado, foram sete vitórias para Alonso e sete para Schumacher.


2007 – KIMI RAIKKONEN/FERRARI

Com um carro superior e o campeão mundial, Alonso, passando a integrar a equipe, a McLaren poderia ter tido um campeonato fácil. Porém, o estreante Lewis Hamilton surpreendeu e, já no começo da temporada, andou à frente do companheiro espanhol. Isso acabou gerando uma guerra na equipe, com Alonso acusando a McLaren de estar privilegiando o novato inglês. Na parte final do ano, Hamilton tinha amplo favoritismo, mesmo com Alonso em sua cola. Porém, na penúltima corrida, na China, ele acabou cometendo um erro e abandonou a prova. Foi também um erro que o inglês que resultou em seu sétimo lugar na etapa final, o Grande Prêmio do Brasil, no qual Alonso ficou com o terceiro lugar. Não foi suficiente. Completamente desacreditado, Raikkonen chegou a Interlagos oito pontos atrás de Hamilton e três atrás do espanhol. Precisaria de um milagre para ser campeão. E o milagre veio: a vitória, após uma ultrapassagem “facilitada”, mas nos boxes, sobre o companheiro Felipe Massa. Foi um dos títulos mais surpreendentes da história da F-1.


2008 – LEWIS HAMILTON/MCLAREN

Em uma temporada muito equilibrada, Felipe Massa, da Ferrari, fez uma segunda metade bem melhor que a de Hamilton. Porém, houve alguns erros da equipe, como o famoso caso em que a mangueira ficou presa no carro do piloto, após o reabastecimento, no GP de Cingapura, e o motor quebrado nas voltas finais do GP da Hungria. Eram duas vitórias dadas como certas. Massa chegou à etapa final, em Interlagos, com foco na vitória e torcendo para que Hamilton ficasse abaixo da quinta posição – caso contrário, o inglês seria campeão. O brasileiro fez sua parte, liderando de ponta a ponta. A chuva na terceira e última parte da prova e Sebastian Vettel, então na Toro Rosso, o ajudaram. O fenômeno natural bagunçou o “miolo” da disputa. Já o fenômeno juvenil das pistas, sem se importar com o título em jogo, ultrapassou Hamilton sem dó nem piedade, rebaixando o piloto da McLaren ao sexto lugar. Massa cruzou a linha de chegada campeão e assim permaneceu por alguns segundos, para delírio da torcida, que quase levou o autódromo abaixo. Porém, a prova não tinha terminado e, na última curva, Hamilton ultrapassou Timo Glock, da Toyota, que não havia parado para colocar pneus de chuva – por isso, os componentes estavam muito desgastados. Fim de prova: Hamilton em quinto e campeão.


2009 – JENSON BUTTON/BRAWN GP

Com a saída da equipe Honda da Fórmula 1, Ross Brawn, ex-dirigente da Ferrari, ficou com a estrutura do time, o rebatizou de Brawn GP e colocou motores Mercedes nos carros. Com a grande mudança no regulamento a partir daquele ano, a equipe surgiu com um difusor duplo, solução aerodinâmica que a colocou muito à frente das concorrentes. Resultado: Button venceu cinco das seis primeiras corridas. Depois, as rivais da Brawn também desenvolveram suas próprias soluções aerodinâmicas inovadoras e a equipe perdeu a vantagem. O inglês não ganhou mais nenhuma corrida, mas soube administrar sua vantagem. A decisão ocorreu uma etapa antes do fim da temporada; mais uma vez, no Grande Prêmio do Brasil – naquele ano, o encerramento foi em Abu Dabi. O rival de Button era o companheiro de equipe, Rubens Barrichello, que precisava vencer, mas não conseguiu a proeza; mesmo largando na pole, terminou em oitavo e viu o inglês chegar em quinto. Ao final da temporada, Rubens não conseguiu nem mesmo o vice-campeonato, que ficou com Sebastian Vettel, já na Red Bull – o piloto alemão e sua equipe que foram os grandes nomes da segunda metade de 2009.


2010 – SEBASTIAN VETTEL/RED BULL

Uma das temporadas mais eletrizantes da década teve um grande rodízio de pilotos na primeira posição: Massa, Button, Hamilton, Webber e, por fim, Alonso. Na penúltima etapa, em Interlagos, houve grande polêmica. Vettel liderava e o australiano estava em segundo. Alguns comentaristas acreditavam que a equipe deveria dar a ordem para que seus pilotos invertessem as posições. Afinal, Webber somava então 220 pontos, 11 a menos que Alonso – no primeiro ano em que a vitória passou a valer 25. Vettel, com 206 antes de Interlagos, ante os 231 do espanhol, tinha chances apenas matemáticas, na opinião de muitos. Mas a equipe não deu a ordem – mais tarde, explicaria que essa atitude seria injusta, uma vez que seus dois pilotos ainda estavam lutando pelo título. O alemão venceu no Brasil e chegou a Abu Dabi torcendo para que Alonso não passasse da quinta posição. Webber e Hamilton também tinham chances – bem pequenas, no caso do inglês. Vettel venceu, enquanto Alonso ficou preso atrás de Vitaly Petrov no fim da prova, para terminar em sétimo. Webber terminou em oitavo. O alemão da Red Bull ficou com o título. Se a equipe tivesse dado a ordem em Interlagos, Alonso teria vencido aquele campeonato.


2011 – SEBASTIAN VETTEL/RED BULL

Em um dos campeonatos mais sem graças da história, Vettel já estreou com vitória, na Austrália, e não perdeu a liderança em nenhum momento da temporada. O bicampeonato foi conquistado com quatro etapas de antecedência, após o terceiro lugar no Grande Prêmio do Japão. O alemão, naquela temporada, somou 392 pontos e 11 vitórias. A “disputa” acabou ficando pela segunda posição, conquistada por Jenson Button, da McLaren, com 270 pontos, 12 a menos do que Mark Webber.


2012 – SEBASTIAN VETTEL/RED BULL

O ano entrou para a história da F1 como aquele que teve sete pilotos diferentes vencendo as sete primeiras etapas – sendo que nas cinco iniciais, eles eram também de equipes diferentes. Na ordem, as vitórias ficaram com Jenson Button (McLaren), Fernando Alonso (Ferrari), Nico Rosberg (Mercedes), Sebastian Vettel, Pastor Maldonado (Williams), Mark Webber (Red Bull) e Lewis Hamilton (McLaren). Alonso foi o primeiro a “repetir” um primeiro lugar, no GP da Europa, em Valência (Espanha). Não à toa, liderou boa parte do campeonato. A virada de Vettel teve início em Cingapura. Ele venceu esta corrida, bem como as quatro seguintes. Na Coreia, ultrapassou Alonso, e manteve-se na liderança até a etapa final, no Brasil, na qual precisava de um quinto lugar para garantir o título. Parecia fácil: ele largaria em quarto, atrás das McLaren e do companheiro. Alonso sairia só em sétimo – após a Ferrari “abrir” o lacre do sistema de câmbio do carro de Felipe Massa, que estava à frente do espanhol, para que o brasileiro tivesse de partir dos boxes e, assim, o postulante ao título largasse do lado com mais aderência da pista. Porém, Vettel fez uma largada ruim e, logo, foi atingido por Bruno Senna (Williams), rodando na pista e caindo para a última posição. Em uma incrível corrida de recuperação, com muita chuva, incidentes e bandeiras amarelas, o alemão cruzou a linha de chegada no sexto lugar, mas garantiu o título porque Alonso foi segundo – atrás de Jenson Button.


2013 – SEBASTIAN VETTEL/RED BULL

Outro campeonato fácil para Vettel, embora mais equilibrado do que o de 2011 no início – com vitórias de Raikkonen (Lotus), Alonso e Rosberg. O alemão só foi disparar na liderança a partir do GP da Bélgica, em setembro, embora já somasse quatro vitórias até então. Da corrida de Spa, que marcou o retorno das férias de meio de ano da F-1, até a última, em Interlagos, Sebastian venceu todas as nove etapas, em uma das sequências mais impressionantes da história. No total do ano, foram 13 primeiros lugares, igualando o recorde de Michael Schumacher em 2004. O título foi garantido no GP da Índia, faltando três corridas para o fim do campeonato. Ali, teria início o ritual que acompanhou Vettel até o fim da temporada: a “arte” de fazer zerinhos a cada vitória – algo que ele não trouxe a 2014, já que não venceu nenhuma. Alonso foi, novamente, vice-campeão, mas desta vez sem ameaçar o piloto da Red Bull.


Deixe sua opinião