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Troller/Divulgação

Fábrica da Troller no Ceará pode religar máquinas para produzir elétricos

Desativada desde 2021, antiga planta da Troller vai receber investimentos para se tornar um polo de produção de veículos multimarcas

Por Redação 13 de ago, 2024 · 6m de leitura.

No final da última semana, o destino da antiga fábrica da Troller, em Horizonte (CE), foi enfim definido. Desativada desde 2021, quando a Ford – que era dona da marca que fazia os jipões – decidiu encerrar sua produção no País, a planta vai receber investimentos de R$ 400 milhões da Comexport, maior empresa de comércio exterior do Brasil. 

Desse modo, a ideia é construir no local seis veículos eletrificados de três marcas diferentes. Durante o anúncio na última sexta-feira (9) organizado pelo governo do Estado do Ceará, estiveram presentes o vice-presidente da Comexport, Rodrigo Teixeira, e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.

MDIC/Divulgação

Como um polo multimarcas, a fábrica terá capacidade para produzir 40 mil veículos por ano, incluindo modelos elétricos e a etanol, por encomenda de terceiros. Esse modelo de negócios permite que montadoras estabelecidas e novas marcas ingressem no mercado brasileiro com produção local.  O objetivo é que as operações comecem já no primeiro trimestre de 2025.

“O governo está colocando crédito tributário de R$ 19,5 bilhões, até 2028, para estimular inovação, carros melhores, mais baratos, com melhor tecnologia e descarbonização, eficiência energética. Isso levou ao anúncio recente de R$ 130 bilhões de investimentos na indústria automotiva e de peças”, afirmou Alckmin.

Neta X
Thais Villaça/Estadão

Quais marcas poderão usar a antiga fábrica da Troller?

Apesar de não terem sido divulgadas quais serão as três marcas que devem produzir no Ceará nesta primeira fase, podemos fazer algumas apostas. Um dos motivos é que novas marcas chinesas que estrearam ou estão prestes a iniciar suas operações no País já anunciaram a intenção de ter uma fábrica local. Dessa forma, usariam a mesma estratégia que outras chinesas que se estabeleceram no Brasil um pouco antes, como a BYD, que comprou a planta da Ford em Camaçari (BA), e a GWM, agora dona da antiga fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP).

Assim, não precisariam construir uma unidade do zero. Uma das ideias é, justamente, procurar locais desativados para iniciar suas atividades com mais rapidez. A recém-chegada Neta, por exemplo – uma das apostas para utilizar os serviços da Comexport -, já havia demonstrado interesse pela fábrica da Toyota em Indaiatuba (SP). Isso porque a produção do sedã Corolla, que era feita no local, migrou para Sorocaba (SP). Desse modo, a planta ficou sem utilidade e pode entrar em uma negociação.

Omoda 5 EV e MHEV
Thais Villaça/Estadão

Futuras chinesas no páreo

Outras montadoras chinesas prestes a iniciar suas atividades no mercado brasileiro também podem se beneficiar no novo complexo produtivo. A Omoda | Jaecoo já confirmou que terá uma fábrica no País a partir de 2025, mas ainda não há local definido. Como pertencem ao Grupo Chery, as duas marcas ainda negociam com a Caoa (representante da Chery por aqui) a produção na planta de Jacareí (SP). Contudo, nada foi decidido até o momento, o que pode abrir o leque das novatas para diferentes opções.

Também prestes a desembarcar no Brasil, a Zeekr, fabricante de modelos premium elétricos que pertence ao grupo Geely (o mesmo da Volvo) começa a operar no País em setembro. A fabricante, contudo, ainda não deu detalhes se pretende ou não produzir carros por aqui. Mas pode ser outra candidata a utilizar o polo multimarcas para tornar seus produtos mais competitivos no mercado brasileiro. 

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Zeekr/Divulgação

Entretanto, é difícil cravar quais marcas realmente farão carros no Ceará, já que boa parte das montadoras utiliza os serviços da Comexport, como Mercedes-Benz, Honda, Volkswagen, Toyota, Porsche, entre outras. Com a eletrificação se solidificando no País, qualquer fabricante pode eventualmente terceirizar a produção de algum modelo elétrico para evitar fazer adaptações em suas próprias fábricas.

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