Faróis de neblina estão desaparecendo

Com o tempo, as luzes de LEDs tendem a aposentar as lâmpadas nos para-choques

Por 20 de jan, 2016 · 6m de leitura.
Modelos como o Porsche 911 já não empregam faróis de neblina separados

Carros da Porsche, Audi e Mercedes-Benz têm algo em comum, além do fato de serem luxuosos, importados da Alemanha e oferecidos no Brasil com tabela de centenas de milhares de reais: eles estão abandonando os faróis de neblina.

Tradicionalmente, os faróis auxiliares – de longo alcance (milha) e neblina – ficam na parte inferior do para-choque dianteiro. Porém, nos novos 911, RS7 e S Cabrio há uma tendência que deve se intensificar, especialmente em carros mais caros, e de maior nível tecnológico: os faróis de neblina tradicionais estão sumindo. E suas funções foram absorvidas pelo conjunto principal.


De acordo com o consultor técnico da Audi Lothar Werninghaus, essa mudança foi possível graças à adoção dos faróis de LEDs, que têm capacidade de iluminação muito superior aos com lâmpadas incandescentes (com filamento).

Além disso, conjuntos ópticos modernos são dotados de superfície complexa. Isso significa que, de acordo com as condições, uma mesma fonte de luz pode desempenhar várias funções, seja de modo automático ou por meio de comandos feitos pelo motorista.

“Os faróis do tipo full LED são formados por vários blocos (de luz) e neles cada um tem uma função”, diz o consultor da Audi. “Um serve para neblina, outro para iluminar as curvas, e assim por diante”, explica ele.


Como o facho pode ser direcionado, quando se acionam os faróis de neblina o bloco de luz que tem essa função se acende e projeta um facho mais baixo e largo, para clarear os limites da pista e a sinalização de solo.

A luz azulada do LED é mais eficiente para essa função que o brilho amarelado das lâmpadas tradicionais, halógenas. Por isso, deixa de ser fundamental que o sistema fique instalado em posição mais baixa.

Como os faróis totalmente de LED ainda estão restritos aos automóveis muito caros, é provável que as luzes de neblina resistam algum tempo nos modelos mais acessíveis. Além disso, por questão de estilo, elas devem ter uma certa sobrevida em utilitários-esportivos. A profusão de pontos de luz tende a transmitir impressão de robustez nos aventureiros.


Mas, a curto prazo, deverão atuar mais como figurantes do que como protagonistas.

Luz do dia. No farol Matrix LED, da Audi, o conjunto óptico é formado por vários blocos independentes de luzes, que se acendem de acordo com a necessidade, e podem se apagar para não ofuscar a visão de quem está à frente, indo ou vindo.

A iluminação por LEDs tem como característica a capacidade de reproduzir a luz natural do dia. A “temperatura” (que expressa em graus a aparência de cor da fonte de luz) é medida em Kelvin.


Como comparação, enquanto uma luz incandescente é amarelada, de cerca de 2.500 Kelvin, a de LED reproduz a do meio-dia, com 5.500 Kelvin.


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